Justiça solta acusados da maior apreensão de cocaína em SP: falta de provas anula R$ 130 milhões em suspeitas
Decisão judicial inocenta dois homens após descoberta de que não seguiam a mesma rota do caminhão com a droga
Em um caso que parecia resolvido, mas terminou em reviravolta, o Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu nesta segunda-feira (5) os dois homens acusados de envolvimento na maior apreensão de cocaína já registrada no estado — mais de 3,2 toneladas escondidas em uma carga de ração para gado, avaliadas em cerca de R$ 130 milhões.
Os suspeitos haviam sido presos sob a acusação de atuarem como “batedores” do caminhão que levava a droga, mas um levantamento técnico com dados de localização fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública e operadoras de telefonia mostrou que os veículos dos acusados sequer seguiram o mesmo trajeto do caminhão interceptado.
O juiz responsável pelo caso, da 1ª Vara Criminal de Assis, destacou que, embora houvesse elementos que sugerissem possível envolvimento, não existiam provas suficientes para justificar uma condenação. “As coincidências não se transformam em culpa quando a base probatória é frágil”, resumiu na decisão.
A apreensão histórica ocorreu em dezembro de 2024, durante a Operação Impacto, na Rodovia Raposo Tavares (SP-270). Além da cocaína, também foram encontrados cerca de 6 quilos de haxixe. Estima-se que o prejuízo ao tráfico tenha sido de R$ 100 milhões.
A sentença reacende o debate sobre a dificuldade de reunir provas robustas em casos de grande repercussão e deixa no ar a sensação de que, mesmo quando o crime perde uma carga milionária, pode acabar vencendo no tribunal por falta de evidência direta.
