Justiça Suspende Processo da PF que Investigava Anderson Torres por Atos Antidemocráticos

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) suspendeu o processo administrativo da Polícia Federal que investigava o ex-secretário de Segurança do DF e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, por sua suposta atuação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Caso o processo continuasse, Torres poderia enfrentar a demissão da corporação, onde também é delegado.

A decisão foi tomada na noite de terça-feira (8), após a defesa de Torres argumentar que o processo apresentava irregularidades. A juíza federal Luciana Raquel Tolentino de Moura apontou que, de acordo com uma norma interna da Polícia Federal de 2016, Torres, por estar cedido ao Governo do Distrito Federal (GDF) durante os eventos, deveria ser investigado por órgãos locais e não pela PF.

Outra irregularidade mencionada foi a nomeação de um defensor dativo da própria PF para representar Torres, o que, segundo a magistrada, violou seu direito à defesa. A decisão gerou críticas quanto à imparcialidade da Corregedoria da Polícia Federal, especialmente após se descobrir que o processo estava sendo presidido por um delegado exonerado por Torres quando ele era ministro.

Com a suspensão do processo, a Polícia Federal terá que prestar esclarecimentos à Justiça. Embora a Advocacia-Geral da União (AGU) tenha defendido a continuidade da investigação, a Justiça acolheu o pedido da defesa de Torres, que contesta a imparcialidade dos envolvidos no processo.