Justiça torna réus brasileiros acusados de ligaçao com Hezbollah
A avaliação da juíza é a de que a denúncia do Ministério Público Federal contra os dois acusados preenche os requisitos listados no Código de Processo Penal
A juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 2.ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, tornou réus dois indivíduos, Mohamad Khir Abdulmajid, conhecido como “Habibi”, e Lucas Passos Lima, no âmbito da Operação Trapiche, que investiga brasileiros suspeitos de serem recrutados pelo grupo radical Hezbollah. Os réus agora respondem a ação penal por crimes previstos na Lei de Antiterrorismo.
Segundo a juíza, a denúncia do Ministério Público Federal contra os dois acusados preenche os requisitos do Código de Processo Penal, pois abrange fatos aparentemente criminosos e é respaldada por elementos informativos idôneos. A magistrada considera que há justa causa para a abertura do processo criminal.
Lucas Passos Lima, atualmente custodiado no Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos, em São Paulo, foi preso em novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de São Paulo, ao desembarcar de um voo do Líbano. A audiência de instrução para Lima está marcada para 28 de março. Mohamad Abdulmajid, sírio naturalizado brasileiro e dono de tabacarias em Belo Horizonte, está foragido.
A juíza autorizou o compartilhamento de informações colhidas na investigação com uma apuração paralela sobre suspeita de contrabando, falsidade ideológica e financiamento ao terrorismo. Além disso, permitiu o desmembramento do caso em novos inquéritos sobre outros suspeitos identificados na Operação Trapiche.
A Operação Trapiche, que teve início em novembro do ano passado, investiga brasileiros suspeitos de organizar atentados terroristas contra a comunidade israelita no Brasil, com suposta ligação com o grupo Hezbollah, financiado pelo Irã. A operação contou com o apoio do serviço secreto de Israel, o Mossad.
