
Laerte Codonho, dono da Dolly, é condenado à prisão por corrupção e crimes ambientais
Empresário enfrentará pena de 11 anos e 10 meses, com possibilidade de recorrer da sentença.
O empresário Laerte Codonho, proprietário da famosa marca de refrigerantes Dolly, foi condenado a 11 anos, 10 meses e 4 dias de prisão por corrupção ativa, falsificação de documentos e crime ambiental. A sentença foi proferida pela 4ª Vara de Itapecerica da Serra, em São Paulo, e divulgada na sexta-feira, 14 de março de 2025. Além de Codonho, outras sete pessoas também foram condenadas em primeira instância, sendo que a decisão ainda cabe recurso.
O juiz Djalma Moreira Gomes Júnior rejeitou o pedido de Codonho para substituir a prisão por alternativas, como o uso de tornozeleira eletrônica, e determinou que ele pague uma multa. A acusação, feita pelo Ministério Público, foi recebida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2019, e está relacionada a danos ambientais causados por sua empresa, a Stockbanck, em uma área de preservação permanente localizada na Rodovia Regis Bittencourt, em São Lourenço da Serra, SP. O processo afirma que qualquer intervenção na área exigiria autorização do órgão ambiental responsável.
A acusação também alega que Codonho teria oferecido subornos a servidores públicos para evitar punições pelo desmatamento da região. Além disso, foi mencionado que os envolvidos no crime foram avisados previamente sobre uma operação policial na área, sendo orientados a interromper temporariamente o desmatamento.
A defesa de Laerte Codonho questiona a sentença, argumentando que não há evidências suficientes para provar sua participação nos crimes e que houve violação dos direitos do acusado. Os advogados também alegam que as acusações são baseadas em suposições e carecem de provas concretas. De acordo com eles, a condenação por falsificação de documentos não é válida, uma vez que a perícia grafotécnica não identificou a autoria de Codonho.
Em entrevista à CNN, Codonho afirmou que irá recorrer da decisão e explicou que, quando adquiriu o imóvel, já havia permissão para explorar uma lavra de água e construir um galpão para a produção de água mineral. O empresário também se defendeu das acusações de falsificação, afirmando que as assinaturas nos documentos não eram suas e que um laudo grafotécnico corroborou sua versão.
Codonho ainda alegou que obteve permissão da Comarca de Itapecerica para acelerar a conclusão das obras e que a Justiça havia confirmado que tudo estava em conformidade para finalizar a construção. No entanto, ele foi condenado por crime ambiental, o que, segundo ele, é um equívoco.
Quanto à acusação de corrupção, o empresário se defendeu dizendo que as mensagens utilizadas no processo foram obtidas após a apreensão e perícia de seu celular em 2018, e que elas não se referem ao caso de 2019, mas sim a um período anterior.
A defesa de Codonho pediu a anulação do processo, alegando que a investigação foi conduzida sem respeitar os direitos do empresário e de seu advogado.