Lucro líquido da Petrobras cai 47% no 2º trimestre e soma R$ 28 bilhões
A Petrobrás divulgou nesta noite (3) que obteve um lucro líquido de R$ 28,8 bilhões no segundo trimestre deste ano. Esse valor representa uma queda de 24,6% em relação ao primeiro trimestre, quando a empresa registrou ganhos de R$ 38,2 bilhões. Em comparação com o mesmo período do ano anterior (segundo trimestre de 2022), o lucro teve uma redução de 47%, caindo de R$ 54,330 bilhões para R$ 28,8 bilhões.
A queda no lucro é atribuída principalmente à desvalorização do preço do petróleo Brent, à redução de mais de 40% na diferença entre o preço do petróleo e os preços internacionais do diesel, além de maiores despesas operacionais.
No mesmo período, a receita líquida da empresa também teve uma queda de 18% em relação ao primeiro trimestre, totalizando R$ 113,8 bilhões. Essa redução foi influenciada principalmente pela desvalorização do petróleo Brent, a diminuição dos crack spreads internacionais de diesel em mais de 40%, e menores receitas com exportações. A receita com derivados no mercado interno também sofreu uma redução de 13%, chegando a R$ 72,9 bilhões, devido à queda média de 17% nos preços de derivados, seguindo a tendência dos preços internacionais.
As receitas de exportações apresentaram uma queda de 34%, chegando a R$ 21,9 bilhões, sendo explicadas principalmente pela diminuição de 50% nas receitas de exportação de petróleo. Esse cenário foi atribuído ao menor volume físico de exportações no segundo trimestre, devido ao aumento do processamento nas refinarias, bem como a exportações de períodos anteriores realizadas no primeiro trimestre. A desvalorização do Brent também contribuiu para a queda nas receitas de exportação, mas esse efeito foi parcialmente compensado pelo aumento de receita com a exportação de óleo combustível, cuja demanda foi maior no período.
Durante o segundo trimestre, a Petrobrás investiu um total de US$ 3,2 bilhões, um aumento de 31% em relação aos três primeiros meses do ano. Esse aumento nos investimentos se deveu principalmente aos grandes projetos do pré-sal e ao impacto do bônus de assinatura relacionado aos campos de Sudoeste de Sagitário, Água Marinha e Norte de Brava. Na área de Exploração e Produção, os investimentos totalizaram US$ 2,6 bilhões, representando uma alta de 27% na mesma base de comparação.
A dívida bruta da Petrobrás atingiu US$ 58 bilhões no final do segundo trimestre, o que representa um aumento de 8,7% em comparação com 31 de março. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo crescimento dos arrendamentos no período, devido à entrada em operação dos FPSOs afretados Anna Nery e Almirante Barroso, que adicionaram US$ 5,2 bilhões no passivo de arrendamentos da empresa. Por outro lado, a dívida financeira teve uma redução de US$ 608 milhões, chegando a US$ 29,2 bilhões no final de junho, também na mesma base de comparação.
O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, enfatizou que a empresa apresentou uma performance financeira e operacional consistente no segundo trimestre, mantendo sua rentabilidade de forma sustentável e com atenção às pessoas. Ele destacou o compromisso da empresa em se preparar para a transição energética justa e continuar investindo no futuro da companhia e do Brasil.