
Lula admite tensão com a Câmara e critica privilégios fiscais aos mais ricos
Presidente diz que não governa para beneficiar os ricos, denuncia R$ 860 bilhões em isenções e aponta injustiça histórica contra os mais pobres
Durante um evento nesta quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu que o clima no Congresso, especialmente na Câmara dos Deputados, não anda dos melhores — e isso em meio ao esforço do governo para aprovar medidas que aumentem a arrecadação de impostos.
Segundo ele, o país enfrenta uma resistência grande à ideia de mexer nos benefícios concedidos aos mais ricos, que, de acordo com suas palavras, recebem cerca de R$ 860 bilhões por ano em isenções fiscais.
“Eu não fui eleito para fazer benefício para rico”, afirmou Lula, acrescentando que o Brasil parece carregar uma sina de condenar os mais pobres a nascerem e morrerem na pobreza. Para o presidente, isso precisa mudar — e parte da transformação passa pela correção de distorções no sistema tributário.
A fala reforça o tom de indignação do presidente diante das desigualdades fiscais no país e reflete também a dificuldade política que o governo tem enfrentado para avançar com sua pauta econômica no Congresso, onde o ambiente, segundo ele próprio, é de “clima muito ruim”.
Lula tem buscado diálogo, mas também tenta pressionar para que os parlamentares se sensibilizem com a necessidade de justiça social e tributária.