Lula anuncia Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça no lugar de Flávio Dino
Nesta quinta-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o ex-ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, será o novo Ministro da Justiça, substituindo Flávio Dino, que deixará o cargo para assumir uma cadeira no STF em fevereiro. O anúncio oficial e a posse de Lewandowski estão programados para 1º de fevereiro, até lá, Dino continuará no cargo.
Lula destacou que Lewandowski terá a oportunidade de montar sua equipe e discutir mudanças no ministério. Esta será a segunda vez que Lewandowski ocupará um cargo de confiança nomeado por Lula. O Ministério da Justiça é uma pasta crucial, abrangendo órgãos como a Polícia Federal e o Departamento Penitenciário Nacional, além de coordenar ações de segurança pública e atuar na demarcação de terras indígenas.
A expectativa é que Lewandowski mantenha alguns nomes da gestão de Dino, como o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, e o secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous. Porém, espera-se uma reorganização que poderá resultar na perda de espaço para nomes ligados ao PSB.
A nomeação de Lewandowski aumentará a interlocução do governo no STF, já que, junto com a indicação de Flávio Dino, Lula terá quatro indicados na Suprema Corte. O novo Ministro da Justiça, de perfil progressista moderado, já ocupou o cargo de presidente do STF entre 2014 e 2016 e é reconhecido por sua atuação em julgamentos importantes para o Partido dos Trabalhadores.
O anúncio também revelou que o atual secretário-executivo do ministério, Ricardo Capelli, pode enfrentar mudanças, uma vez que Lewandowski deseja ter autonomia na escolha de sua equipe. A transição deverá ocorrer ao longo de 20 dias.
Lewandowski, que se aposentou do STF em abril de 2023, tem uma carreira jurídica marcante, sendo conhecido por sua postura alinhada aos interesses petistas em julgamentos relevantes. Ele presidiu o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff e atuou em casos importantes, como o “mensalão”. Em decisões recentes, destacou-se por questionar o governo em relação à pandemia de Covid-19.