Lula após receber o prêmio do Bill Gates, criticou concentração de renda de bilionários e defendeu papel do Estado na eliminação da fome
Na noite de 23 de setembro, sob as luzes vibrantes do Jazz at Lincoln Center em Nova York, Lula foi agraciado com o prêmio da Fundação Bill e Melinda Gates, entregue pelo próprio Bill Gates. O magnata não poupou elogios ao presidente brasileiro, chamando sua trajetória — que vai de um menino faminto no Nordeste a um líder global — de “verdadeiramente inspiradora”. É como se Lula, em sua jornada, fosse um farol em meio à escuridão da desigualdade.
Em seu discurso, Lula não hesitou em criticar a disparidade que permeia o mundo, apontando os bilhões que se acumulam em poucos bolsos enquanto milhões passam fome. Com uma paixão que arde como o sol no sertão, ele declarou ter uma verdadeira obsessão por erradicar a fome. “A fome não é um fenômeno da natureza, mas sim uma irresponsabilidade dos governantes que fecham os olhos para os mais pobres”, afirmou, com a sinceridade de quem conhece a realidade na pele.
E a mensagem não parou por aí. Lula, com o tom de um orador que sabe que suas palavras têm peso, ressaltou que os ricos e a classe média alta não precisam do Estado. “Quem realmente precisa são aqueles que não tiveram a oportunidade de estudar, os que não conseguiram inventar uma Microsoft,” disse, lembrando que são os marginalizados que precisam de apoio. Ele, que já colocou “o pobre no orçamento da União”, citou programas como Fome Zero e Bolsa Família, como se fossem uma carta de intenções que precisa ser lida por todos os que têm poder.
Lula ainda fez um paralelo entre os avanços tecnológicos e a exploração do espaço por bilionários e a realidade de milhões que vivem na pobreza. Ele deixou claro que doações privadas não são a solução mágica para os problemas do mundo. É uma crítica cortante, como uma lâmina afiada, a um sistema que prefere olhar para cima, em direção às estrelas, ao invés de enxergar aqueles que estão à sua porta pedindo ajuda.
Em meio a aplausos e risadas da plateia, Lula reafirmou seu compromisso com a justiça social, como um verdadeiro gladiador em um coliseu de desigualdade. A noite, então, foi não apenas uma celebração, mas uma convocação para que o mundo não esqueça quem realmente precisa de uma mão amiga.