Lula articula apoio com Hugo Motta em meio a tensão sobre emendas

Lula articula apoio com Hugo Motta em meio a tensão sobre emendas

Reunião amistosa na Granja do Torto marca movimento estratégico para eleição na Câmara

Nesta sexta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) na residência oficial da Granja do Torto, em Brasília. Motta desponta como o favorito para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara em fevereiro de 2025, apoiado por uma ampla coalizão que vai do PL ao PT, com mais de 480 parlamentares entre os 513 da Casa.

O encontro ocorre em um momento delicado, em que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso travam disputas sobre o pagamento de emendas parlamentares. Interlocutores do governo descreveram a reunião como “amistosa” e destacaram que serviu para fortalecer o relacionamento entre Lula e o deputado paraibano.

Tensão com o STF sobre emendas

A discussão sobre as emendas parlamentares ganhou força na última semana, após o ministro Flávio Dino, do STF, suspender o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão de 2024 e ordenar uma investigação pela Polícia Federal. Dino também exigiu esclarecimentos da Câmara, que respondeu parcialmente.

Essas emendas, que sucedem o extinto “orçamento secreto”, tornaram-se motivo de embate entre o Judiciário e o Legislativo. Na tentativa de aliviar a pressão, o presidente da Câmara, Arthur Lira, já havia se reunido com Lula na quinta-feira (26).

Movimentações políticas estratégicas

Além de Lula e Motta, participaram da reunião na Granja do Torto o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais. Segundo relatos, foram discutidos temas diversos, mas o principal objetivo foi alinhar estratégias para a sucessão na Câmara e garantir estabilidade para o governo em um ano que promete novos desafios políticos.

A escolha de Hugo Motta representa um movimento de continuidade no comando da Câmara, mas também sinaliza a necessidade de articulação constante entre governo e Congresso, especialmente diante do cenário de tensões com o STF e as indefinições sobre o orçamento.

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