Lula brinca com o destino enquanto país mergulha na crise

Lula brinca com o destino enquanto país mergulha na crise

Em evento sobre rodovias, presidente ironiza tentativa de assassinato e a “normalidade democrática” que ele tanto busca.

O presidente Lula, em um discurso aparentemente leve, comentou sobre a tentativa de assassinato contra ele, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, planejada por militares em 2022. “Sou um cara que tenho que agradecer agora, muito mais, porque estou vivo. A tentativa de envenenar eu e o Alckmin não deu certo, nós estamos aqui”, disse, com uma ironia desconcertante, em evento realizado no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 21.

A tentativa de assassinato, que envolveu uma organização criminosa com militares do Exército, foi revelada pela Polícia Federal após a prisão de cinco suspeitos, incluindo quatro militares e um policial federal. No entanto, Lula parece mais preocupado em minimizar a gravidade da situação com um tom que beira a piada, como se a tragédia fosse apenas um acidente de percurso.

Em sua fala, o presidente reforçou sua falta de interesse em “envenenar” ou “perseguir” qualquer um, embora, ao mesmo tempo, tenha se mostrado determinado a, ao fim de seu mandato, “desmoralizar” os governos anteriores, destacando os “números” que comprovam sua gestão — como o aumento de escolas, salário mínimo e investimentos em infraestrutura.

Além disso, Lula ressaltou o seu desejo de trazer o Brasil de volta à “civilidade democrática”, mas a ironia de suas palavras não se limita à sua própria segurança pessoal; ela se estende à própria realidade política do país. Ele proclamou, em meio ao contexto de acusações e tentativas de golpe, que queria simplesmente um “diálogo civilizado”, onde adversários políticos pudessem competir de maneira tranquila, como se o cenário atual não fosse marcado por tentativas de destruição do Estado de Direito e por ataques diretos à democracia.

Enquanto isso, o governo promove um programa de investimentos em infraestrutura, com a promessa de R$ 110 bilhões até 2026, mas a fala de Lula sobre a “normalidade democrática” e a estabilidade das instituições soa mais como uma tentativa de esconder a gravidade dos eventos em que o Brasil se encontra imerso. O Brasil, que recentemente enfrentou um ataque à sua democracia e à sua liderança eleita, agora tenta vender a ideia de que tudo está sob controle, mesmo quando o próprio presidente brinca com a possibilidade de sua própria morte.

Compartilhe nas suas redes sociais
Categorias