
Lula Chama Tarifas de Trump de “Briga Pessoal” e Defende Retaliação Econômica
Presidente brasileiro critica a postura unilateral dos EUA e defende o multilateralismo como solução para tensões comerciais.
Durante a sua participação na 9ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Honduras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou sobre o “tarifaço” imposto por Donald Trump às importações chinesas. Lula classificou a medida como uma “briga pessoal” do presidente americano com a China e questionou os efeitos econômicos dessa decisão para os próprios Estados Unidos.
Em entrevista após o evento, Lula afirmou que a escalada de tarifas, que agora chega a 125% sobre os produtos chineses, pode ter impactos devastadores, tanto para os EUA quanto para a economia global. “Ninguém pode prever com certeza o impacto disso, principalmente no que diz respeito aos preços e às relações comerciais internacionais. Parece cada vez mais claro que isso é uma disputa pessoal com a China”, declarou o presidente.
O “tarifaço” de Trump, na visão de Lula, vai contra os princípios do multilateralismo, que ele considera fundamental para a estabilidade mundial. “Quando você transforma uma negociação internacional em um conflito pessoal, você ameaça o multilateralismo, e isso é algo que o mundo não pode aceitar”, disse Lula, reforçando a importância de soluções coletivas para as questões comerciais.
Sobre as tarifas aplicadas aos produtos brasileiros, Lula defendeu a reciprocidade, deixando claro que qualquer ação contra o Brasil será respondida de forma similar. Ele mencionou que o país buscará seus direitos na Organização Mundial do Comércio (OMC), reafirmando a posição do Brasil de que, se os EUA tomarem medidas prejudiciais, o Brasil fará o mesmo.
Em seu discurso, Lula também aproveitou para destacar a necessidade de uma maior integração comercial dentro da América Latina e do Caribe, defendendo a união da região para fortalecer sua voz nas negociações globais e buscar soluções pacíficas para os conflitos. Além disso, o presidente fez um apelo para que a Celac indique uma mulher para o cargo de secretária-geral da ONU, enfatizando a importância de uma representação mais inclusiva no cenário global.