Lula chega à Rússia para encontro com Putin e homenagens à vitória contra o nazismo
Presidente brasileiro participa das celebrações pelos 80 anos do fim da Segunda Guerra e defende alianças multilaterais em meio a tensões diplomáticas com a Ucrânia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quarta-feira (7/5) em Moscou, onde vai participar das cerimônias que marcam os 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial. Lula também terá uma reunião bilateral com o presidente russo, Vladimir Putin, com quem pretende estreitar laços comerciais e firmar novos acordos de cooperação, especialmente nas áreas de Ciência e Tecnologia.
A aeronave presidencial pousou às 17h53 no horário local (11h53 de Brasília), após uma parada técnica para reabastecimento em Casablanca, no Marrocos. Lula foi recepcionado com as honras protocolares típicas de uma visita de chefe de Estado.
O convite partiu do próprio Putin, que organiza as celebrações do “Dia da Vitória” nesta sexta-feira (9), na simbólica Praça Vermelha. Além de Lula, líderes como o presidente chinês, Xi Jinping, também devem comparecer ao evento — e será justamente para a China que o petista segue depois da Rússia.
Nas redes sociais, Lula destacou o simbolismo da viagem: “Já estou na Rússia para participar das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, que marcou o fim da Segunda Guerra. Esse dia define a vitória contra o nazismo”. Ele também afirmou que a visita reforça o compromisso do Brasil com um mundo multipolar: “Iremos assinar acordos de cooperação em Ciência e Tecnologia e buscar a ampliação das nossas parcerias comerciais”.
Entretanto, a passagem de Lula por Moscou reacendeu atritos com a Ucrânia. A viagem é vista com desconforto pelo governo ucraniano, que cogita reduzir ainda mais sua representação diplomática no Brasil. O atual embaixador, Andrii Melnyk, foi transferido para a ONU em Nova York, e até agora não há indicação de que um novo diplomata de alto escalão será enviado a Brasília.
Apesar da tensão, Lula planeja incluir o tema da guerra entre Rússia e Ucrânia em sua conversa com Putin, defendendo uma solução pacífica para o conflito — embora a agenda oficial no país ainda não tenha sido divulgada pelo Palácio do Planalto.
