
Lula condena protecionismo e alerta para risco de nova Guerra Fria
Em evento no Japão, presidente brasileiro critica barreiras comerciais e defende multilateralismo
Durante sua participação no Fórum Empresarial Brasil-Japão, em Tóquio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o protecionismo econômico e defendeu o livre comércio como um caminho essencial para o crescimento global. Sem citar diretamente os Estados Unidos ou Donald Trump, Lula fez uma crítica implícita às políticas adotadas pelo ex-presidente norte-americano, que endureceu as relações comerciais ao aumentar tarifas e adotar uma postura isolacionista.
O petista alertou para o crescimento da extrema-direita no mundo e enfatizou a necessidade de fortalecer o multilateralismo e as instituições internacionais. “Não podemos retroceder para um mundo de protecionismo. Não queremos uma nova Guerra Fria, queremos comércio livre, democracia sólida e distribuição justa da riqueza”, afirmou.
Nos últimos anos, Trump impôs barreiras comerciais contra países como China e Canadá, além de ameaçar o uso de sanções e até mesmo medidas militares como estratégias de negociação. Lula, por sua vez, reforçou que o caminho para a estabilidade global passa pelo diálogo e pela cooperação entre nações, setores econômicos e organizações internacionais.
Ameaça à democracia e isolamento internacional
Sem citar nominalmente Trump, Lula expressou preocupação com a ascensão de governos de extrema-direita que negam a ciência, desprezam o meio ambiente e atacam sindicatos e partidos políticos. “Precisamos lutar pela democracia. Ela está em risco, ameaçada por líderes negacionistas que rejeitam até mesmo a existência das mudanças climáticas”, destacou o presidente brasileiro.
O chefe do Executivo também criticou o enfraquecimento de instituições como a ONU, afetadas por cortes de financiamento promovidos por governos isolacionistas. “Não queremos mais muros, não queremos mais Guerra Fria. O que buscamos é liberdade e cooperação”, concluiu Lula.
A fala do presidente reflete sua estratégia de reposicionar o Brasil no cenário internacional, defendendo uma ordem global baseada na diplomacia e na inclusão, em contraponto a modelos de confronto e protecionismo.