Lula corta quase 70% da verba do Ministério da Defesa
O Ministério da Defesa enfrentou uma drástica redução de cerca de 70% nos recursos destinados a despesas administrativas, abrangendo áreas como contas de água, luz e café.
O presidente Lula, ao aprovar o Orçamento, incluiu esse significativo corte, causando preocupações entre os membros do ministério. Existe apreensão de que a diminuição substancial dos recursos possa resultar na interrupção de processos diários essenciais do ministério, a menos que os fundos sejam parcialmente restabelecidos.
A decisão de cortar os recursos foi uma recomendação do próprio governo ao Congresso Nacional, visando realocar verbas para o Novo PAC (Programa de Aceleração e Crescimento), uma das prioridades do governo Lula 3.
Em resposta, o Ministério da Defesa declarou que, dadas as atuais condições orçamentárias, seus técnicos estão buscando alternativas para garantir a manutenção das atividades e dos principais projetos.
Embora o governo tenha anunciado cortes nos recursos de emendas parlamentares na semana anterior, a pasta da Defesa foi poupada. No entanto, esses recursos são específicos para deputados e senadores e não podem ser direcionados para as despesas operacionais do ministério.
Enfrentando uma redução substancial, com um montante de R$ 42,3 milhões em caixa, o Ministério da Defesa teve um dos maiores cortes nos recursos de custeio em comparação com o ano anterior. Outros ministérios, como o Ministério do Meio Ambiente, também sofreram cortes, perdendo mais de 30% dos recursos para a manutenção da administração central.
Apesar disso, algumas pastas, como a dos Direitos Humanos, experimentaram um aumento nos recursos destinados ao funcionamento, ultrapassando o orçamento da Defesa. No total, o governo retirou R$ 1 bilhão da Esplanada para gastos na rotina dos ministérios, restando cerca de R$ 11,5 bilhões.
Diante desse cenário de restrições orçamentárias, há uma corrida nas pastas em busca de mais recursos. Para a Defesa, técnicos já acionaram Múcio para interceder junto ao Palácio do Planalto.
Na terça-feira (30), ocorreu uma reunião da junta orçamentária para definir realocações de recursos ou eventuais aberturas de crédito extraordinário. A expectativa é que o governo utilize os R$ 5,6 bilhões vetados por Lula das emendas para suprir os cortes realizados nos ministérios, incluindo a Defesa.
O corte nas verbas militares acontece em um momento de desconfiança na relação entre Lula e as Forças Armadas, característica deste terceiro mandato presidencial. Apesar de recentes gestos de apoio, conselheiros de Lula inicialmente avaliaram oficiais de alta patente como comprometidos com o projeto político de Jair Bolsonaro.