
Lula critica abandono de obras e promete fim da paralisia: “Irresponsabilidade não vai mais mandar no Brasil”
Durante visita à Rodovia Presidente Dutra, presidente desabafa sobre o abandono de creches e moradias e diz que o país precisa parar de viver como promessa de futuro
Em uma visita às obras de duplicação da Rodovia Presidente Dutra, no trecho da Serra das Araras, em Paracambi (RJ), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou críticas aos governos anteriores. Visivelmente incomodado, ele classificou como “irresponsabilidade administrativa” o abandono de milhares de obras de infraestrutura Brasil afora — e garantiu que essa prática chegou ao fim.
Durante o discurso, Lula relembrou o impacto da interrupção de programas sociais após o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Segundo ele, ao reassumir a Presidência em 2023, encontrou um rastro de abandono: 87 mil casas do Minha Casa, Minha Vida inacabadas e mais de 3 mil creches paradas.
“Essa irresponsabilidade não vai mais acontecer neste país. O Brasil não pode mais passar a vida toda sendo chamado de ‘país do futuro’. Chegou a hora de virar país do presente”, afirmou o presidente, com tom firme.
A visita faz parte do acompanhamento das obras do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo o governo federal, os trabalhos na Via Dutra estão com 25% de execução, e o investimento previsto é de R$ 1,5 bilhão — 75% desse valor vem do BNDES.
Aliás, Lula aproveitou o momento para defender com veemência o banco público, hoje comandado por Aloizio Mercadante. Ele rebateu críticas feitas à instituição durante gestões anteriores, apontando que o BNDES nunca foi um antro de corrupção, como muitos tentaram fazer parecer.
“Ficaram dois anos falando bobagem sobre o BNDES. E no fim, tiveram que pedir desculpas, porque não encontraram nada. O banco é gerido por técnicos competentes, não por partidos. É um orgulho nacional e tem inadimplência quase zero”, destacou Lula, em defesa do que chamou de um dos pilares do desenvolvimento brasileiro.
A visita a Paracambi reforça o compromisso do governo em destravar obras públicas e transformar promessas em realidade — porque, nas palavras do próprio presidente, o país já esperou demais.