Lula cutuca a elite e desabafa: “É vergonha um operário investir mais em universidade do que os doutores”

Lula cutuca a elite e desabafa: “É vergonha um operário investir mais em universidade do que os doutores”

Durante visita à fábrica da Nissan, presidente critica desigualdades e reforça que o Brasil precisa de mais educação e menos preconceito social

Durante um evento na fábrica da Nissan em Resende, no sul do Rio de Janeiro, o presidente Lula voltou a fazer críticas contundentes à elite brasileira. Sem rodeios, afirmou que é vergonhoso que justamente um ex-metalúrgico, formado no Senai, tenha sido o presidente que mais investiu em universidades, institutos federais e programas de extensão universitária na história do país.

— A elite brasileira precisava se olhar no espelho e sentir vergonha — disparou Lula diante de uma plateia formada por trabalhadores e representantes da indústria.

O presidente ainda reforçou sua defesa pelo fortalecimento da educação, principalmente para as famílias de baixa renda. Para ele, o acesso ao ensino é uma ponte real para empregos melhores, autonomia e dignidade — sem precisar viver eternamente preso a programas assistenciais.

No discurso, Lula também rebateu a crítica recorrente sobre o valor do salário mínimo. Segundo ele, quem reclama que R$ 1.000 ou R$ 1.500 é muito para pagar a um trabalhador, precisa parar de enxergar o povo como peso e começar a ver como potência econômica:

— Ao invés de olhar a pessoa como apenas uma empregada, olhem como consumidores. Eles fazem a economia girar — afirmou.

Sem citar nomes, Lula também lamentou o avanço do ódio no Brasil nos últimos anos, lembrando que o país, conhecido por sua alegria e diversidade, se transformou num terreno de conflitos familiares e sociais alimentados por intolerância política:

— Onde já se viu? Um país alegre, de samba e futebol, agora tomado pelo ódio. Pai brigando com filho, marido discutindo com a esposa por causa de política. Isso não é normal — disse, visivelmente incomodado com o clima de divisão entre os brasileiros.

Essa foi a segunda vez em dois dias que Lula criticou o comportamento das elites do país. Na véspera, ele já havia afirmado que a classe dominante sempre torceu contra a educação do povo. Segundo ele, o Brasil só teve sua primeira universidade federal em 1920 — enquanto países vizinhos como o Peru já contavam com ensino superior desde 1550.

— A elite que veio de Portugal nunca pensou na gente como cidadãos. Nos viam como negros, índios, trabalhadores de sol a sol. Mas o Brasil precisa virar essa página — concluiu.

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