
Lula Defende Prospecção de Petróleo na Foz do Amazonas e Busca Convencer Marina e Ibama
Presidente afirma que há possibilidade de realizar a exploração com responsabilidade ambiental, apesar de desafios e oposição de alguns setores.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou, nesta sexta-feira, sua intenção de convencer tanto a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, quanto o Ibama a aprovar a prospecção de petróleo na costa do Amapá, região da foz do Rio Amazonas, conhecida como Margem Equatorial.
Em entrevista à Rádio Clube do Pará, Lula destacou que Marina não é contra a exploração, pois é uma pessoa inteligente e focada em garantir que qualquer atividade seja realizada de maneira responsável com o meio ambiente. Ele afirmou que, assim como a ministra, também deseja que a prospecção seja feita de forma segura e sem causar danos ao ecossistema.
“O Suriname está realizando a prospecção a 50 km de nossa costa e a Guiana também está fazendo perto de nossa região. É possível, sim, fazer isso com segurança. Tenho certeza de que a Marina vai concordar com isso, porque ela sempre se preocupa com o ‘como fazer’ de forma sustentável”, disse Lula.
O presidente também ressaltou que o Brasil não pode abrir mão dessa exploração, apontando que os recursos gerados poderiam ser usados para fortalecer a política ambiental e financiar a transição energética. “Vamos investigar e explorar esse petróleo. Se não houver, procuramos em outro lugar. Mas, se encontrarmos, precisamos saber como explorá-lo de maneira responsável e usar os recursos para fortalecer a fiscalização e cuidar melhor do país”, completou.
Após a entrevista, Marina Silva não se posicionou diretamente sobre a questão, mas em seu discurso durante um evento em Belém, ao lado de Lula, ela reiterou a importância da transição para uma matriz energética sustentável e defendeu investimentos na descarbonização. Ela também enfatizou a necessidade de redução do uso de combustíveis fósseis, incluindo o petróleo.
Recentemente, o presidente mencionou que haverá uma reunião entre o Ibama e a Casa Civil para discutir a questão, com possibilidade de definição sobre a prospecção no Amapá até a próxima semana. Atualmente, a Petrobras aguarda uma resposta do Ibama sobre um pedido de reconsideração feito em 2023, após a negativa da licença para perfuração na área.
A região, com alto potencial para novas descobertas de petróleo, também enfrenta grandes desafios socioambientais, uma vez que a geologia da área é comparável à da Guiana, onde a Exxon Mobil está desenvolvendo grandes campos de petróleo.