
Lula Diante de uma Escolha Crucial: As Duas Vagas no STJ
Pressão política, representatividade de gênero e alianças marcam a disputa pelas cadeiras no Superior Tribunal de Justiça
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma decisão estratégica neste início de 2025: a escolha dos dois novos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). As listas tríplices com os indicados, enviadas ao Planalto em outubro, aguardam definição. No entanto, o processo tem sido cercado de debates, pressões e desafios políticos.
A Escolha e o Contexto
Duas cadeiras estão vagas no STJ, uma reservada à magistratura e outra ao Ministério Público, anteriormente ocupadas pelas ministras Laurita Vaz e Assusete Magalhães. A substituição gerou apelos de entidades que defendem maior representatividade feminina nos altos escalões do Judiciário, especialmente após a recente nomeação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal, deixando a corte com apenas uma mulher, a ministra Cármen Lúcia.
Entre os nomes para a vaga do Ministério Público estão Maria Marluce Caldas Bezerra, Sammy Barbosa Lopes e Carlos Frederico Santos. Para a cadeira da magistratura, disputam os desembargadores Carlos Augusto Pires Brandão, Daniele Maranhão Costa e Marisa Ferreira dos Santos.
Os Favoritos e a Influência Política
Maria Marluce tem o apoio de figuras políticas influentes, como seu sobrinho João Henrique Caldas (JHC), prefeito de Maceió, e do ministro do STJ Humberto Martins. Sammy Barbosa, por sua vez, conta com respaldo de governadores da região Norte, enquanto Carlos Frederico é visto como uma figura de destaque por sua atuação no combate aos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, incluindo investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No caso da magistratura, Daniele Maranhão aparece com suporte de políticos ligados ao Centrão, enquanto os outros dois candidatos apostam em currículos sólidos para convencer o presidente.
Representatividade e Pressões
O presidente do STJ, Herman Benjamin, destacou o envio de listas com paridade de gênero, fato comemorado como avanço. Entretanto, a decisão final cabe a Lula, que terá de equilibrar as expectativas de diferentes grupos, desde movimentos que defendem maior participação feminina até forças políticas com interesses variados.
A definição das vagas no STJ será um dos primeiros desafios políticos de 2025 para Lula, cujas escolhas podem refletir seu compromisso com a diversidade e a independência no Judiciário. A expectativa é grande para saber como o presidente lidará com a pressão política e a responsabilidade de nomear ministros que moldarão o futuro da segunda corte mais importante do país.