Lula diz que sem-terra são “tão úteis quanto o agronegócio” e que MST não invade terras produtivas “há décadas”

Lula diz que sem-terra são “tão úteis quanto o agronegócio” e que MST não invade terras produtivas “há décadas”

 Agronegócio brasileiro têm “problema” com o governo petista por uma questão “ideológica”.

Durante uma entrevista à rádio Difusora Goiânia nesta sexta-feira, 6, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou uma tempestade ao afirmar que os sem-terra são “tão úteis quanto o agronegócio” e que há décadas não ocorrem invasões de terras produtivas no Brasil.

Lula, com sua característica franqueza, disse que a relação com o agronegócio não está exatamente em “lua de mel”. Segundo ele, o descontentamento de parte do setor com o governo não se deve à falta de dinheiro, mas sim a uma questão puramente ideológica. “Não é por falta de verba que há esse atrito. O problema é ideológico”, explicou.

O presidente foi além e fez uma declaração que, sem dúvida, irá alimentar debates. Ele afirmou que, nas últimas décadas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não invadiu terras produtivas, desconsiderando as recentes ocupações durante o período denominado “Abril Vermelho”, quando o MST invadiu diversas propriedades em 18 estados diferentes. Para Lula, essas ações são uma parte crucial do equilíbrio social, equiparando a importância dos sem-terra à do agronegócio.

“Os sem-terra são tão importantes para o Brasil quanto o agronegócio”, afirmou Lula, desafiando a narrativa predominante que vê o MST apenas como uma ameaça. A declaração subestima a tensão atual e a realidade dos conflitos fundiários, ignorando a complexidade das demandas e das questões de terra que continuam a ser um ponto de fricção no país.

Essa visão do presidente parece ignorar o impacto das recentes invasões de terras, que, embora não tenham atingido propriedades produtivas diretamente, ainda refletem a luta contínua por justiça social e reforma agrária. A abordagem de Lula, ao tratar esses movimentos como meramente complementares ao agronegócio, pode ser vista como uma tentativa de minimizar a gravidade das tensões fundiárias e de reverter a narrativa em torno do papel do MST na sociedade brasileira.

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