Lula diz saber que é sempre “desagradável” alguém ser cortado do benefício social
Presidente afirma, no entanto, que operação “Pente Fino” é necessária
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou sobre a polêmica em torno da operação “Pente Fino”, que está causando desconforto entre os beneficiários dos programas sociais. Em uma entrevista à rádio Difusora Goiânia nesta sexta-feira, 6, Lula reconheceu que a perda de benefícios é “desagradável”, mas afirmou que a medida é essencial para assegurar que o auxílio chegue a quem realmente precisa.
“É sempre complicado cortar o benefício de alguém, eu entendo isso”, disse Lula, com uma sinceridade que transparece a complexidade do dilema enfrentado. “Mas é crucial que façamos o que chamamos de operação Pente Fino de tempos em tempos. Precisamos garantir que aqueles que continuam a receber os benefícios estão, de fato, dentro dos critérios estabelecidos.”
O presidente destacou que a inscrição para programas como o Bolsa Família é feita pelas prefeituras, e não pelo governo federal diretamente. “O governo apenas paga, mas as inscrições e a verificação inicial são feitas localmente. E quando falamos de revisar essas listas, é para garantir que aqueles que passaram da linha de corte de renda sejam removidos e substituídos por pessoas que realmente necessitam do apoio.”
Lula explicou que o objetivo é garantir que o auxílio social vá para quem realmente precisa. “Se alguém já atingiu uma renda suficiente para não precisar mais do Bolsa Família, é justo que essa vaga seja ocupada por outra pessoa que ainda está em situação de vulnerabilidade. Isso pode ser doloroso para quem está sendo retirado, mas é um processo necessário para manter a justiça e a eficiência dos programas sociais.”
Essa abordagem, embora necessária para a manutenção dos recursos públicos, levanta questões sobre a forma como os cortes são realizados e o impacto nas vidas daqueles que dependem desse suporte para sobreviver. Enquanto Lula defende a necessidade da operação, a indignação entre os afetados é um lembrete do desafio constante de equilibrar recursos e necessidades sociais.
