
Lula e Xi Jinping selam aliança contra hegemonias e defendem paz global
Em encontro na China, líderes reforçam laços estratégicos, criticam protecionismo e unem vozes por solução diplomática na Ucrânia e pela criação do Estado Palestino
Em meio a um cenário internacional cada vez mais volátil, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Xi Jinping (China) reforçaram nesta terça-feira (13), em Pequim, a importância da parceria entre seus países. Em tom firme, ambos criticaram o unilateralismo e o protecionismo, e defenderam um mundo multipolar, guiado pelo diálogo, cooperação e equilíbrio econômico.
Durante uma cerimônia marcada pela assinatura de mais de 30 acordos bilaterais, Lula afirmou que a parceria Brasil-China “nunca foi tão essencial”, diante de um contexto global instável. Ele também deixou clara sua oposição a guerras comerciais, alfinetando as disputas entre potências como Estados Unidos e China. “Esses conflitos não trazem vencedores. Só aumentam os preços, travam o crescimento e penalizam os mais pobres”, declarou.
Xi Jinping, por sua vez, anunciou medidas concretas, como o aumento das importações e a liberação de US$ 9 bilhões em créditos para a América Latina. A sinalização é clara: a China quer ampliar sua presença na região — e o Brasil é peça-chave nesse tabuleiro.
Os dois presidentes ainda demonstraram sintonia ao reafirmarem seu apoio a um comércio global baseado nas regras da OMC e à construção de uma agenda conjunta nas áreas de energia, infraestrutura e sustentabilidade. Um dos pontos mais sensíveis da conversa foi o conflito na Ucrânia. Lula destacou que os “Entendimentos Comuns Brasil-China” oferecem uma base sólida para mediar um caminho diplomático rumo à paz.
O presidente brasileiro também não deixou de abordar a crise entre Israel e Palestina, defendendo com veemência a criação de um Estado palestino “livre, independente e viável, convivendo em paz ao lado de Israel”.
Com a aproximação cada vez maior entre os dois países, o Brasil se reposiciona no cenário global, valorizando a atuação dentro do BRICS e consolidando sua parceria com a China como uma das mais estratégicas — especialmente nos setores de energia renovável, tecnologia e infraestrutura.
Os acordos assinados vão além da diplomacia simbólica: incluem projetos concretos em áreas estratégicas que podem impulsionar o desenvolvimento brasileiro, como a ampliação do comércio, investimentos em energia limpa e iniciativas conjuntas em tecnologia de ponta.
Segundo Lula, essa parceria mostra que é possível — e necessário — que grandes nações emergentes cooperem em pé de igualdade, buscando ganhos mútuos sem imposições externas.