Lula escolhe Macaé Evaristo como ministra dos Direitos Humanos
Deputada estadual de Minas Gerais pelo PT
O presidente Lula oficializou, nesta segunda-feira (9), a escolha de Macaé Evaristo como nova ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, trazendo para o centro do governo uma figura com uma trajetória marcada pela luta por educação e diversidade. É como se Lula estivesse colocando um pilar sólido em um prédio que precisa de reparos urgentes – e esse pilar tem nome, história e uma longa caminhada. Macaé, uma deputada estadual de Minas Gerais pelo PT, já começou os trabalhos, ainda que sua posse oficial esteja prevista para a próxima semana.
Com 59 anos, nascida em São Gonçalo do Pará, no coração do interior mineiro, ela traz consigo não só o conhecimento acadêmico – formada em serviço social e mestre em educação pela UFMG – mas também a vivência de quem, aos 19 anos, já ensinava nas salas de aula. Macaé foi a primeira mulher negra a comandar a Secretaria de Educação de Minas Gerais, de 2015 a 2018, e ocupou o mesmo cargo em Belo Horizonte de 2005 a 2012. Sua carreira é uma mistura de perseverança e ousadia, como se ela tivesse quebrado tijolos de concreto com as próprias mãos para abrir espaço em um sistema que tantas vezes ignora as minorias. Ela não apenas entrou em espaços de poder, como os redesenhou.
Em um momento delicado, sua chegada ao ministério substitui Silvio Almeida, demitido após graves acusações de assédio sexual, sendo uma das vítimas a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A escolha de Macaé parece ser um passo para trazer não só firmeza à pasta, mas também para lidar com o peso da investigação que agora cabe à Polícia Federal e à Comissão de Ética Pública. “É preciso apurar os fatos”, disse Macaé, com a seriedade de quem sabe que, em tempos de crise, não há espaço para varrer sujeira para debaixo do tapete.
Prima da renomada escritora Conceição Evaristo, Macaé carrega em seu sobrenome uma força literária e social que inspira. Sua missão, agora, é dar voz a quem, tantas vezes, foi silenciado. E, se a história nos diz algo sobre ela, é que não será alguém que apenas vai “seguir o fluxo”. Macaé vem para desafiar o status quo e fazer com que os direitos humanos sejam mais do que uma pauta política – sejam uma realidade vivida por todos.
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