Lula evita falar sobre crise da Venezuela na ONU, mas Milei chama país de ditadura sangrenta
É revoltante o silêncio de Lula diante da tragédia que é a Venezuela. Enquanto o país vizinho afunda numa ditadura cruel comandada por Nicolás Maduro, o presidente brasileiro prefere desviar o olhar, como se a fome, a repressão e as prisões arbitrárias não existissem. Durante a Assembleia Geral da ONU, Lula passou longe de mencionar a crise venezuelana, num movimento calculado e covarde, fruto de uma estratégia do Itamaraty que mais parece omissão deliberada. Nem mesmo o clamor de Gabriel Boric, presidente do Chile, que teve coragem de chamar a atenção para a postura hesitante de líderes progressistas como Lula, foi suficiente para arrancar uma palavra de repúdio ao regime venezuelano. E para quem espera liderança e coerência de quem se diz defensor dos direitos humanos, essa omissão é simplesmente insuportável.
A cereja do bolo da hipocrisia veio quando Lula criticou os Estados Unidos pelo embargo a Cuba e fez discurso sobre a violência no Haiti, mas deixou de lado a Venezuela, onde Maduro foi reeleito em uma eleição fraudulenta, desmascarada pela própria oposição. Que tipo de defensor da democracia fecha os olhos para uma farsa eleitoral que resulta em mais de 1.800 presos políticos, homens e mulheres cujas únicas “faltas” foram se oporem à ditadura? Parece que, para Lula, os direitos humanos só valem quando o ditador em questão não é “camarada” dele.
E não para por aí. O tão esperado encontro entre Lula e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, onde a crise venezuelana seria discutida, foi convenientemente desmarcado. Uma “incompatibilidade de agendas”, dizem eles. Mas a verdade é que o governo brasileiro não quer se comprometer a enfrentar a tirania de Maduro. A desculpa esfarrapada de que manter um canal de comunicação é mais eficaz do que isolar o país só evidencia a conivência com um regime que já destruiu a economia, o tecido social e a esperança do povo venezuelano.
O auge dessa hipocrisia foi exposto quando o presidente argentino, Javier Milei, não hesitou em chamar a Venezuela pelo que realmente é: uma “ditadura sangrenta”. Enquanto Lula mantém sua política de silêncio cúmplice, Milei chamou a atenção do mundo para a brutalidade de regimes como os de Cuba e Venezuela, sem medo de desagradar os círculos progressistas que preferem varrer essas ditaduras para debaixo do tapete.
A recusa de Lula em condenar Maduro não é apenas um erro político, é uma traição aos princípios democráticos que ele mesmo diz defender. Enquanto ele insiste nessa postura vergonhosa, mais venezuelanos sofrem, mais pessoas são perseguidas, e a ditadura se perpetua. O silêncio de Lula diante dessa tragédia é ensurdecedor e imperdoável.