Lula ficou com presentes de luxo: relógios Cartier e Piaget, além de colar de ouro branco
Durante seu primeiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, recebeu presentes de luxo, incluindo relógios e um colar de ouro branco. Ao deixar o cargo, esses itens foram incorporados ao seu acervo pessoal.
Em 2016, houve uma investigação sobre os presentes dados a Lula, resultando na determinação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e na ação da Lava Jato para que a maioria dos presentes fosse devolvida. Lula devolveu 453 itens avaliados em R$ 2,258 milhões, como esculturas, quadros e tapetes. No entanto, alguns objetos de luxo permaneceram com Lula e não foram destinados à União.
A Presidência da República afirmou que não houve irregularidades e que Lula não vendeu nenhum dos presentes que recebeu.
Lula ficou com pelo menos dois relógios de luxo, um Piaget avaliado em R$ 80 mil e um Cartier Santos Dumont, feito de ouro branco, avaliado em R$ 59,9 mil. Ambos foram presentes do governo da França em 2005. Além desses, Lula também ficou com um relógio suíço folheado em prata com a imagem do coronel Muammar Kadafi, presenteado pelo então ministro das Relações Exteriores da Líbia em 2003. Ele também recebeu um colar de ouro branco da Citic Group Corporation, uma empresa estatal chinesa, em 2004.
O TCU estabeleceu que presentes de caráter personalíssimo poderiam ficar com o ex-presidente, mas objetos de grande valor deveriam ser restituídos ao Estado brasileiro. Essa regra passou a ser aplicada a outros presidentes.
O processo de Lula foi concluído após a devolução dos presentes, mas o TCU não conseguiu localizar oito itens de baixo valor. Cinco dos seis ministros que participaram da sessão em 2016 permanecem no tribunal.
Recentemente, o TCU notificou a Secretaria-Geral da Presidência da República sobre a necessidade de ex-ministros de Bolsonaro devolverem relógios de luxo recebidos em uma viagem oficial em 2019. O TCU considera que o recebimento de presentes caros extrapola os princípios da razoabilidade e da moralidade pública.
A Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou que os itens do acervo dos mandatos anteriores foram analisados pelo TCU e pela Lava Jato em 2016 e que a devolução foi feita conforme determinado.