Lula freia queda na popularidade, mas desaprovação ainda pesa mais que apoio

Lula freia queda na popularidade, mas desaprovação ainda pesa mais que apoio

Apesar de leve melhora nos índices positivos, presidente segue com mais eleitores insatisfeitos do que satisfeitos, segundo nova pesquisa do Datafolha

Depois de uma sequência de quedas e de atingir seu pior momento em popularidade desde que assumiu a Presidência pela terceira vez, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu sinais de estabilização. De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (4), a avaliação positiva subiu discretamente, e a tendência de perda de apoio parece ter estagnado.

Mesmo com esse pequeno alívio, a rejeição ainda supera a aprovação: 38% dos brasileiros consideram o governo ruim ou péssimo, enquanto apenas 29% avaliam como ótimo ou bom. O restante (32%) enxerga a gestão como regular.

A última vez que o Datafolha havia ido às ruas foi em fevereiro, quando Lula registrou seu pior desempenho: só 24% dos entrevistados viam seu governo de forma positiva. De lá para cá, houve uma melhora de cinco pontos nesse índice. A rejeição, por sua vez, caiu três pontos — o suficiente para indicar uma freada na queda, mas longe de uma recuperação consistente.

É a primeira vez, nos três mandatos de Lula, que a desaprovação chega a níveis tão altos. Ainda assim, a expectativa futura do eleitorado se divide: 35% acreditam que o presidente pode fazer um bom governo daqui para frente, enquanto os mesmos 35% acham que o cenário não vai melhorar. Outros 28% esperam algo mais ou menos, classificando como “regular”.

O levantamento também revela que o índice dos que não sabiam responder caiu de 2% para 1%. A pesquisa ouviu 3.054 pessoas, em 172 cidades do país, entre os dias 1º e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Nos bastidores, o governo tenta reverter a maré negativa com uma ofensiva de comunicação. Recentemente, divulgou um balanço das ações federais nos dois primeiros anos de mandato. A estratégia também envolve reforçar a presença em temas sensíveis à população, como o custo dos alimentos e o impacto de mudanças no Pix — assuntos que contribuíram para a deterioração da imagem do governo nos últimos meses.

Segundo analistas, a gestão Lula enfrenta uma crise de confiança que não se resolve apenas com dados econômicos. O tom, a comunicação e a capacidade de se conectar com as demandas mais urgentes da população também pesam — e muito — na balança da opinião pública.

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