Lula não condena ditadura de Maduro por veto a líder da oposição
Enquanto os Estados Unidos e alguns países da América Latina condenaram a decisão do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, de vetar a líder da oposição, María Corina Machado, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva manteve-se em silêncio. Lula é conhecido como um aliado histórico de Maduro e já o recebeu com honras de chefe de Estado no Brasil em maio passado.
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela proibiu María Corina de ocupar cargos públicos pelos próximos 15 anos na sexta-feira, 26 de janeiro. Essa decisão baseou-se em alegações da Controladoria-Geral da Venezuela, controlada pelo chavismo, de que ela não declarou adequadamente seus bens e apoiou as sanções dos Estados Unidos contra o país. María Corina nega ambas as acusações.
Após a decisão, María Corina expressou que Maduro e seu “sistema criminoso” optaram pelo caminho das eleições fraudulentas, rejeitando essa possibilidade. Com a inelegibilidade de Corina, ela não poderá participar das eleições no segundo semestre deste ano. Esta decisão vai contra a promessa anterior de Maduro de realizar eleições justas, que foi a base para a retirada das sanções dos EUA ao setor de petróleo venezuelano.
Enquanto os Estados Unidos e alguns países sul-americanos condenaram a ação, o governo brasileiro, liderado por Lula, ainda não se pronunciou. Lula, desde 2023, não censurou Maduro, e em maio passado, declarou que o ditador precisava “construir sua narrativa” para a Venezuela se tornar novamente soberana. María Corina instou a comunidade internacional a pressionar o Brasil e Lula para que tomem uma posição clara diante dessa situação. Outros países sul-americanos, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Equador, expressaram preocupação, e a Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas, composta por 37 ex-presidentes, também condenou a ditadura de Maduro.