
Lula pede dinheiro para salvar os oceanos, enquanto a Amazônia queima no Brasil
No palco internacional, presidente cobra “compromisso financeiro” para os mares, mas a floresta amazônica continua abandonada — quem sabe um dia ele faz a parte dele?
Na mais pura arte do discurso ensaiado, o presidente Lula voltou a pedir dinheiro aos países ricos para salvar os oceanos — dessa vez, em Mônaco, longe do calor sufocante e da fumaça da Amazônia. Com aquela retórica já conhecida, ele declarou que “o planeta não aguenta mais promessas não cumpridas” e que é urgente um “compromisso coletivo” para preservar os mares. Afinal, segundo ele, o oceano gera trilhões e deveria estar entre as maiores economias do mundo.
Mas será que o chefe do executivo brasileiro, conhecido por sua habilidade com as palavras, também lembra de fazer sua parte aqui em casa? Enquanto cobra dos outros, as queimadas continuam devorando a Amazônia, e o governo se mostra incapaz — ou pouco interessado — em conter o desastre ambiental que ameaça o pulmão do planeta. Um “compromisso financeiro” sério com a floresta? Ah, isso parece ficar só na fala bonita mesmo.
Lula disse que faltam US$ 150 bilhões anuais para conservar os recursos marinhos, e que o problema é a “falta de disposição política” dos países ricos. Só que no Brasil, seu próprio quintal, a verba para fiscalização e proteção ambiental nunca foi tão escassa. Milhões para bancar festas, aumentos polêmicos, mas para a floresta e as comunidades que vivem dela? O que sobra é desmonte e abandono.
Com aquele discurso cheio de promessas, o presidente ainda lembrou da importância da “economia azul” e dos projetos para recuperação de manguezais e recifes — quase um espelho do que não acontece em terra firme. O programa Bolsa Verde foi citado como exemplo, com 12 mil famílias ajudando na preservação, mas quem vê a destruição amazônica se pergunta: será que isso basta?
No final das contas, a fala soa mais como uma cortina de fumaça diplomática — literalmente — enquanto a realidade brasileira queima. “Ou agimos, ou o planeta corre risco”, disse Lula. Pois é, será que ele inclui no “agir” uma fiscalização decente, investimentos de verdade na Amazônia e uma postura firme contra os desmatadores? Ou será que a famosa palavra indígena “mutirão” vai servir só para discursos e nada mais?
Enquanto isso, lá fora, a plateia aplaude as promessas para o oceano. Aqui dentro, o cenário é outro: a Amazônia segue sendo usada como cartão postal de mentirinha, enquanto o fogo consome o que ainda resta.