
Lula Prepara Reformas para Fortalecer Governo e Visar Reeleição em 2026
Trocas ministeriais são discutidas para ampliar base no Congresso, corrigir falhas e atrair apoio político
No início de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinaliza mudanças no governo, com foco em fortalecer sua gestão e já mirar as eleições de 2026. Em meio a pressões de aliados, ajustes na equipe ministerial estão sendo analisados para ampliar o diálogo com o Congresso, melhorar a execução de políticas públicas e corrigir falhas estratégicas, especialmente na comunicação.
Comunicação no Alvo
Um dos principais pontos de debate é a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). Insatisfeito com a atual condução, Lula pode substituir Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira, marqueteiro de sua campanha em 2022. Sidônio já participa ativamente das estratégias de comunicação do governo e tem contribuído em anúncios importantes.
Caso a mudança ocorra, Pimenta poderá retornar à Câmara dos Deputados ou assumir outra função, como a Secretaria-Geral da Presidência, que cuida do diálogo com movimentos sociais.
Aliados Pedem Mais Espaço
Partidos do Centrão, como PSD, União Brasil, PP, MDB e Republicanos, pressionam por ministérios com maiores orçamentos e influência. Hoje, o PSD, por exemplo, comanda pastas como Pesca e Agricultura, mas deputados do partido consideram essas posições insuficientes. O Centrão também mira pastas estratégicas como Saúde e articulação política.
PT Sob Fogo Cruzado
Parlamentares da base aliada questionam o número de ministérios sob controle do PT. Atualmente, o partido de Lula comanda 12 pastas, número considerado elevado em comparação ao tamanho de sua bancada no Congresso. A Secretaria de Relações Institucionais (SRI), chefiada por Alexandre Padilha, também está na mira de aliados, que defendem um nome do Centrão para fortalecer o diálogo com o Parlamento.
Defesa e Justiça em Discussão
Especulações sobre mudanças nos ministérios da Defesa e da Justiça também ganharam força. Os ministros José Múcio Monteiro e Ricardo Lewandowski, ambos de confiança de Lula, estariam considerando deixar os cargos por questões pessoais. Para o Ministério da Justiça, o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é cotado, principalmente após ele deixar a presidência do Senado em fevereiro.
O Estilo de Decisão de Lula
Apesar das pressões, Lula mantém seu estilo de decidir sem pressa, resistindo a imposições de partidos. Durante seu terceiro mandato, mostrou preferência por postergar anúncios importantes, reforçando sua autoridade sobre as escolhas. Essa postura, porém, deixa aliados em estado de expectativa, especialmente com a aproximação do reinício dos trabalhos no Congresso, em fevereiro.
Com uma base em construção e os desafios de governabilidade pela frente, Lula busca equilibrar interesses e consolidar alianças para garantir tanto a estabilidade de sua gestão quanto a pavimentação de um caminho para a reeleição.