Lula pressiona Putin por trégua mais longa na guerra da Ucrânia

Lula pressiona Putin por trégua mais longa na guerra da Ucrânia

Em Moscou, presidente brasileiro pede a extensão do cessar-fogo e defende a paz, enquanto enfrenta críticas por participar de celebração russa ao lado de líderes autoritários.

Durante sua visita a Moscou, na última sexta-feira (9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo direto a Vladimir Putin para que a Rússia estenda o cessar-fogo no conflito com a Ucrânia. A trégua atual, anunciada unilateralmente pelos russos, vai até este sábado (10) e foi motivada pelas comemorações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Lula reforçou o pedido da Ucrânia, que deseja uma pausa de até 90 dias na guerra que já dura mais de três anos. Segundo fontes do governo brasileiro, o presidente afirmou a Putin que o prolongamento do cessar-fogo beneficiaria não só os países envolvidos, mas também os Estados Unidos, a União Europeia e o mundo como um todo, ao evitar mais gastos com armamentos e ampliar as chances de diálogo.

Apesar dos apelos, o líder russo não respondeu diretamente à proposta, embora tenha elogiado a posição brasileira. Em entrevista a jornalistas, antes de seguir viagem à China, Lula declarou:
“Queremos paz. Para a Rússia, para a Ucrânia, para o mundo. A guerra só termina quando os dois lados quiserem.”

A ida de Lula à Rússia, no entanto, tem gerado forte reação. O governo ucraniano demonstrou insatisfação com a presença do petista ao lado de líderes autoritários como Xi Jinping (China), Nicolás Maduro (Venezuela) e Miguel Díaz-Canel (Cuba), o que, segundo especialistas, enfraquece a imagem do Brasil como uma democracia ativa na defesa dos direitos humanos.

Diante das críticas, Lula rebateu:
“Chamar isso de exploração política é uma visão pequena. A Europa devia estar celebrando a derrota do nazismo, e não criticando quem participa de um momento histórico como esse.”

O chanceler Mauro Vieira confirmou que o encontro abordou “as possibilidades de paz”, e reiterou que o Brasil continua disposto a atuar como mediador, por meio do “Grupo de Amigos da Paz”, formado com a China e outros países do Sul Global na ONU.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também se manifestou neste sábado, defendendo uma trégua incondicional de 30 dias como passo inicial para negociações concretas de paz.

Apesar da falta de resposta russa, Lula reforçou que continuará se engajando por uma solução pacífica e declarou que levará o mesmo apelo a líderes como Xi Jinping e representantes da Europa.

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