Lula quer Mantega no comando da Vale
À medida que o término do mandato do atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, se aproxima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou seus esforços para indicar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, como presidente da mineradora. Mantega, no entanto, enfrenta resistência devido à falta de experiência no setor de commodities metálicas e preocupações sobre interferências indevidas na empresa privada.
A Vale, atualmente uma “corporation” com capital diluído no mercado, tem o conselho de administração decidindo sobre a possível recondução de Bartolomeo. A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, possui uma participação significativa na Vale e pode indicar Mantega para o conselho, mas essa decisão dependerá da renovação ou não do mandato de Bartolomeo.
A estratégia proposta envolve manter Bartolomeo na presidência por mais um ano e acomodar Mantega em um assento da Previ no conselho. Essa abordagem visa agradar diversos acionistas, incluindo a Previ, a Mitsui, a Blackrock e a Cosan. Além disso, busca incluir Luis Henrique Guimarães, ex-presidente da Cosan, na liderança da Vale.
Embora Bartolomeo tenha recebido elogios por sua gestão, sua fragilidade nas relações institucionais levanta preocupações. Lula busca recompensar Mantega por seus serviços ao PT, ignorando as controvérsias passadas. O ambiente de mercado avalia com cautela a possível interferência política na Vale, uma das maiores mineradoras do mundo.
Os conselheiros estão avaliando o desempenho de Bartolomeo, e uma reunião está programada para decidir sobre a sucessão. A estratégia de Lula visa criar um ambiente colaborativo entre a Vale e o governo, mas as questões estatutárias e a independência institucional da empresa permanecem em debate.