Lula reage a Trump e sai em defesa de Moraes e do STF
Presidente critica ameaça dos EUA contra ministro do Supremo e pede proteção às instituições brasileiras
O presidente Lula não deixou barato. Neste domingo (1º), ele subiu o tom contra o governo de Donald Trump, depois que o Departamento de Estado dos EUA sinalizou que pode impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O motivo? As decisões de Moraes que impactaram diretamente as grandes plataformas digitais, como o X (antigo Twitter), e aliados do ex-presidente americano, como o bilionário Elon Musk. Durante uma sessão no Congresso americano, no último dia 21, o secretário de Estado, Marco Rubio, chegou a dizer que existe uma “grande possibilidade” de que Moraes vire alvo de sanções.
Lula reagiu de forma dura:
“Olha só: os Estados Unidos querem processar Alexandre de Moraes porque ele está tentando prender um sujeito que vive lá, atacando o Brasil o dia inteiro. Que história é essa de querer meter o bedelho na Justiça brasileira? Eu nunca critiquei a Justiça deles, mesmo com tantas guerras e barbaridades que fazem por aí.”
A fala foi durante um evento do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, que também elegeu o prefeito do Recife, João Campos, como novo presidente da sigla.
🚨 Bastidores de pressão
Por trás dessa ofensiva americana, está uma articulação que envolve diretamente o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato e foi morar nos EUA justamente para tentar convencer o governo Trump a pressionar e até punir os ministros do STF — especialmente Moraes, que será um dos responsáveis por julgar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e aliados acusados de tentativa de golpe.
A campanha contra Moraes ganhou eco até nas redes oficiais do governo Trump. No dia 29, uma publicação em português feita pelo Departamento de Estado afirmou que “nenhum inimigo da liberdade de expressão dos americanos será perdoado”, deixando claro o recado.
⚠️ Alerta para 2026
No mesmo discurso, Lula fez questão de alertar para as eleições de 2026, especialmente para o Senado, que vai renovar 54 das 81 cadeiras. Segundo ele, o bolsonarismo quer criar uma “superbancada” capaz de pressionar e até votar pelo impeachment de ministros do STF, com Moraes na linha de frente dos alvos.
Lula reforçou que, mais do que defender pessoas, é preciso proteger as instituições:
“Não que a Suprema Corte seja perfeita, não é isso. Mas se a gente começa a destruir tudo que não gosta, não vai sobrar nada. Precisamos preservar quem defende a democracia.”
Vale lembrar que, até hoje, nenhum ministro do STF sofreu um processo de impeachment, mas a ameaça agora é real e faz parte do discurso de apoiadores de Bolsonaro, que sonham em tirar Moraes do caminho.
