
Lula reforça compromisso com a reforma agrária e justiça social em visita ao MST
Presidente defende a justiça pela reforma agrária e destaca importância da produção agrícola nacional
Em uma visita significativa ao Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, no Sul de Minas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou seu compromisso com a reforma agrária e a luta pela justiça social. Durante o evento, que marcou a entrega de propriedades a famílias assentadas, Lula destacou a necessidade de combater a concentração de terras no Brasil e garantir que todos tenham acesso à terra e aos recursos necessários para uma vida digna.
Lula, que fez sua primeira visita a um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em seu terceiro mandato, criticou as disparidades fundiárias no país. Ele ressaltou que propriedades de até 100 hectares, que representam grande parte da alimentação consumida pelos brasileiros, correspondem a uma parcela ínfima da terra disponível. “É por isso que a luta pela reforma agrária é tão importante. Temos que fazer justiça nesse país”, afirmou o presidente.
A entrega de terras faz parte do programa “Terra da Gente”, que distribui lotes em assentamentos de 24 estados. Lula também anunciou a entrega de 12.297 lotes, somando 385 mil hectares. O Quilombo Campo Grande, um dos maiores e mais antigos acampamentos do MST, foi o palco simbólico para essa ação.
Além de reforçar a reforma agrária, Lula voltou a expressar sua preocupação com os altos preços dos alimentos e destacou que está estudando as causas da inflação, com foco em produtos como ovos e café. O presidente mencionou a possibilidade de tomar “medidas mais drásticas” para conter os aumentos nos supermercados.
A visita de Lula ao MST ocorre em um momento crucial para o governo, com pesquisas mostrando uma maior rejeição do que aprovação ao seu governo, além de uma reformulação ministerial para ajustar a governabilidade e promover os projetos no Congresso. A aproximação com as bases históricas do PT, como o MST, também visa fortalecer o vínculo com seus aliados mais tradicionais, enquanto o governo busca apoio do Centrão para viabilizar sua agenda legislativa.
Ao final de sua fala, Lula declarou que continuará ao lado de seus “amigos” do MST e relembrou a época em que esteve preso, durante as vigílias dos militantes petistas em Curitiba, mostrando sua lealdade e compromisso com a luta social.