Lula reforça discurso de campanha e diz que quem quiser enfrentá-lo em 2026 terá que “ir para a rua”

Durante evento no Rio de Janeiro, presidente atacou Bolsonaro e falou sobre seus desafios no governo, com ênfase em alimentos acessíveis e defesa da CLT.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou um tom de campanha nesta sexta-feira (21), ao afirmar que quem quiser disputar as eleições presidenciais de 2026 contra ele vai precisar “ir para a rua”, buscando apoio diretamente com o povo. A declaração foi feita durante a assinatura de concessão de um Terminal no Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, um evento que, apesar de oficial, ganhou contornos de ato político.

Lula, que tem se posicionado como defensor das camadas populares, comentou também sobre sua “obsessão” em garantir alimentos mais baratos para a população, algo que, segundo ele, é fundamental para o bem-estar do povo brasileiro. “A gente quer carne, frango, peixe… e por isso tenho essa obsessão de fazer o alimento mais acessível”, declarou, respondendo a críticas pela inflação dos preços dos alimentos, especialmente o aumento de itens como carne, ovo e café.

Em seu discurso, o presidente atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem se referiu como um “aloprado”, sem citar o nome diretamente. Lula criticou a postura negacionista de Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19 e ainda fez referência ao escândalo envolvendo o ex-presidente e sua suposta participação em um plano para assassinatos políticos, conhecido como “Punhal Verde e Amarelo”. Lula também rebateu quem duvidava de sua saúde, após uma queda que sofreu em outubro de 2024, afirmando que está “melhor aos 79 do que aos 50 anos”.

O petista também fez um discurso de valorização da classe trabalhadora e da CLT, mencionando que a legislação trabalhista foi fundamental para tirar os brasileiros da “escravidão” e garantir direitos como jornada de trabalho e férias. Ele destacou a importância de proteger os trabalhadores, principalmente os que querem ser empreendedores, mas sem perder a garantia de direitos fundamentais.

Ao final, Lula reafirmou sua intenção de continuar lutando por melhorias para a população, com foco na geração de empregos e no aumento dos salários. O evento, além de ser uma assinatura formal, acabou se transformando em um importante momento de comunicação política para o presidente, que se prepara para o cenário eleitoral de 2026.