
Lula Rejeita Anistia para Golpistas e Insiste na Justiça para Bolsonaro
Presidente defende julgamento justo e critica pedidos prematuros de absolvição; destaca que quem tentou derrubar o governo não merece perdão.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou, nesta quarta-feira (5/2/2025), sobre as tentativas de anistia a pessoas envolvidas em atos golpistas e a Bolsonaro, destacando que quem participou de uma tentativa de golpe de Estado não merece absolvição. Em entrevista, Lula reforçou que o ex-presidente, indiciado pela Polícia Federal por seu envolvimento na articulação de um golpe e até mesmo um plano para assassinar figuras-chave do governo, não deve ser perdoado sem que o devido processo legal tenha sido cumprido.
Lula criticou a pressão por anistia antes do fim das investigações, afirmando que é necessário aguardar o julgamento antes de qualquer discussão sobre perdão. “As pessoas estão pedindo anistia antes mesmo do processo terminar, o que significa que já se consideram culpadas”, afirmou, questionando a postura daqueles que buscam absolvição sem sequer terem sido condenados. “Eles deveriam confiar no processo judicial, que oferece amplo direito de defesa”, completou.
O presidente também se referiu à acusação de tentativa de golpe e ao plano denominado “Punhal Verde Amarelo”, que envolvia ataques a ele, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Lula declarou que quem orquestrou esse tipo de ação, incluindo a morte de autoridades, “não merece absolvição”.
Lula se mostrou confiante de que, caso a Justiça permita, o ex-presidente Bolsonaro poderá concorrer novamente à presidência, mas afirmou que, se isso acontecer, ele será derrotado novamente. “A mentira não vai vencer uma eleição neste país”, garantiu o presidente.
A posição de Lula surge em meio a discussões sobre o Projeto de Lei da Anistia, que ainda está sendo debatido no Congresso, com o presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizando que a decisão sobre o projeto será tomada em breve. O ex-presidente Bolsonaro, que espera uma aprovação, afirmou que a proposta visa beneficiar pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro de 2023.