
Lula responde críticas de Zema e ironiza: “Deveria me trazer um troféu”
Presidente rebate comentários sobre renegociação da dívida dos estados e menciona caráter e humildade em seu discurso
Nesta quarta-feira (22/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu às críticas feitas pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em relação aos vetos presidenciais no programa de renegociação das dívidas dos estados. Durante o evento de assinatura da concessão do trecho mineiro da BR-381, no Palácio do Planalto, Lula ironizou a postura de Zema, afirmando que o governador deveria “me trazer um prêmio, um troféu” pelo projeto sancionado.
“O que fizemos pelos estados que não pagaram suas dívidas, talvez só Jesus Cristo faria, se fosse presidente”, comentou Lula, referindo-se à medida que, segundo ele, trouxe avanços significativos para estados endividados, incluindo Minas Gerais.
“Falar obrigado exige grandeza”
No discurso, Lula destacou a importância da humildade e do reconhecimento pelas ações realizadas. “A palavra ‘obrigado’ é tão simples, mas para dizê-la é preciso ter grandeza, caráter e humildade”, afirmou, em tom crítico à ausência de agradecimentos por parte do governador mineiro.
Romeu Zema, que alegou compromissos prévios em Juiz de Fora como justificativa para não comparecer ao evento, foi alvo de críticas também dos ministros Renan Filho (Transportes) e Rui Costa (Casa Civil). O governador se opôs aos vetos no projeto de lei que permite a renegociação das dívidas estaduais, ameaçando não aderir à medida caso os vetos não sejam derrubados.
Conflitos e contrapontos
Lula destacou que nunca vetou ações com base em diferenças políticas, reforçando que sua decisão buscou beneficiar os estados como um todo. “Sou o primeiro presidente que ele [Zema] conhece que não vetou absolutamente nada de nenhum governador ou prefeito por ser oposição”, afirmou o presidente.
Enquanto isso, a ausência de Zema no evento e suas críticas geraram um clima de tensão entre lideranças políticas, sinalizando novos capítulos na relação entre o governo federal e o governo mineiro.