O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, planeja alocar um montante substancial para a publicidade do governo em 2024, abandonando a modéstia. Conforme relatos da Folha de S.Paulo, a estimativa é de R$ 647 milhões, quase o dobro do valor disponibilizado em 2023, que foi de R$ 359 milhões.

Considerando os dados ajustados pela inflação oficial do país (IPCA), o montante supera os anos anteriores, de acordo com uma análise do jornal. No entanto, é importante ressaltar que esse valor ainda está sujeito à aprovação do Congresso, já que está incluído no projeto de Orçamento para o próximo ano.

É relevante notar que 2024 é um ano de eleições municipais. Embora os recursos se destinem à divulgação das ações do governo, também podem contribuir para melhorar a imagem do presidente e de seu partido, que buscam crescer na próxima eleição após um desempenho inferior em 2020.

Ao ser contatada, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) afirmou que o montante tem como objetivo promover as medidas em benefício da população, cobrir as despesas relacionadas à comunicação interna e combater as notícias falsas em meio a “uma realidade que exige um combate incansável à desinformação, um problema social global”.

Além disso, a Secom contestou a alegação de que o valor seria um recorde, argumentando que, se a correção inflacionária pelo IGP-M for considerada, o montante mais elevado ocorreu em 2017, durante a gestão de Michel Temer (MDB).

“A proposta orçamentária da Secom para 2024 não abrange apenas a publicidade governamental, usada para comunicar os programas do governo que beneficiarão a população, como o Novo PAC, o Desenrola e a campanha de combate às fake news. O orçamento em questão inclui, por exemplo, a comunicação corporativa, pesquisas, uma nova licitação específica para a área digital, marketing ao vivo e eventos”, argumentou o órgão.