Lula sobre Deportação dos EUA: “Não é um problema de Trump” e Novo Voo com Brasileiros Chegará na Sexta
Presidente reafirma compromisso de tratar deportados com respeito e carinho, e menciona necessidade de ajustes no acordo de repatriação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que um novo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos deve chegar ao Brasil nesta sexta-feira (7), com destino a Fortaleza. Em entrevista a rádios de Minas Gerais, Lula afirmou que o governo brasileiro está se preparando para receber os deportados, destacando que o Itamaraty e a Polícia Federal estão em contato para garantir que todos os dados necessários sejam obtidos ainda na Louisiana, local de embarque.
Lula enfatizou que o governo brasileiro tratará o tema “com muito carinho” e que serão feitos ajustes no acordo de repatriação firmado em administrações passadas. “O acordo foi feito em 2019 e refeito em 2021. Não é um problema do Trump, mas um entendimento que surgiu durante o governo Temer e se manteve durante os mandatos de Bolsonaro e Biden”, explicou o presidente, destacando a complexidade da situação envolvendo os brasileiros deportados.
O presidente também mencionou a situação de muitos imigrantes brasileiros nos Estados Unidos, ressaltando que muitos estão detidos e que muitos preferem permanecer no país para trabalhar, mas enfrentam resistência do governo americano, que busca a deportação. “É uma questão de direitos humanos”, afirmou.
Além do tema da deportação, Lula fez críticas a propostas de Trump em relação ao controle da Faixa de Gaza, questionando a lógica de o governo dos EUA assumir o controle da região sem considerar o direito dos palestinos. “Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos”, disse Lula, criticando a postura de Trump.
Em relação à política externa, o presidente brasileiro também falou sobre as relações comerciais com os Estados Unidos, afirmando que, caso Trump insista em aumentar tarifas sobre produtos brasileiros, o Brasil adotará a reciprocidade, elevando suas próprias tarifas. Lula destacou a importância de um relacionamento equilibrado, sem a ideia de confronto constante, e ressaltou a necessidade de bom senso nas relações internacionais.
