Lula troca comando no Ministério das Mulheres e aposta em nome histórico do PT

Lula troca comando no Ministério das Mulheres e aposta em nome histórico do PT

Com mais de 40 anos de militância, Márcia Lopes assume a pasta no lugar de Cida Gonçalves; mudança expõe insatisfação do governo e reforça discurso contra a violência de gênero

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mudar mais uma peça importante do seu governo. Nesta segunda-feira (5), ele demitiu Cida Gonçalves do comando do Ministério das Mulheres e nomeou, em seu lugar, a socióloga Márcia Lopes — um nome com longa história dentro do PT e trajetória consolidada na defesa dos direitos das mulheres.

A posse de Márcia aconteceu logo pela manhã, no Palácio do Planalto. Ela recebeu o convite de Lula na última sexta-feira (2), mesmo dia em que Cida foi informada de que estava sendo retirada do cargo.

Márcia Lopes tem um currículo respeitado: já foi ministra do Desenvolvimento Social em 2010, no segundo mandato de Lula, e é irmã de Gilberto Carvalho, outro aliado de longa data do presidente e atualmente secretário do Ministério do Trabalho. Especialista em políticas de gênero e no combate à violência contra mulheres, ela milita nessa área há mais de quatro décadas.

A troca de comando não foi oficialmente explicada, mas já era vista como provável nos bastidores do Planalto. Fontes próximas ao presidente afirmam que Lula vinha demonstrando insatisfação com a atuação de Cida Gonçalves. Essa é a 12ª mudança ministerial desde o início do atual governo — metade só nos primeiros meses de 2025.

Durante a tarde, Márcia foi ao Ministério das Mulheres para se encontrar com Cida e iniciar a transição. Cida negou qualquer cobrança por desempenho e disse que a saída foi parte de uma “mudança de rumo” na condução da pasta.

Já Márcia Lopes destacou que pretende fazer um trabalho conjunto no processo de transição e que, entre os principais desafios à frente, está o combate firme à violência de gênero.

“Nós precisamos mudar a cultura machista que ainda persiste. Há décadas a violência contra as mulheres é banalizada, naturalizada, e isso tem que acabar. As mulheres não podem ser vistas apenas como vítimas, mas como protagonistas das próprias histórias. E é com essa visão que vamos trabalhar, conversando e ouvindo as mulheres de todo o país, todos os dias”, afirmou a nova ministra.

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