Lula une forças com líderes caribenhos para fortalecer laços e enfrentar desafios climáticos juntos
Presidente destaca a importância da união regional rumo à COP30 e cobra responsabilidade dos países ricos diante da crise ambiental
Nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com líderes dos países do Caribe em um encontro que vai além da diplomacia formal — é um convite para estreitar laços e agir em conjunto diante dos desafios que afetam a região. O foco está em avançar em áreas cruciais como infraestrutura, turismo, comércio e, principalmente, a luta contra as mudanças climáticas.
Ao falar sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, que acontecerá em novembro na cidade de Belém (PA), Lula foi enfático: para enfrentar a crise ambiental, os países da América Latina e do Caribe precisam estar alinhados, apresentando metas ambiciosas e cobrando dos países desenvolvidos o financiamento necessário para viabilizar essas ações.
“Precisamos chegar unidos à COP30. O sucesso será medido pela ousadia das novas metas climáticas que apresentarmos”, afirmou o presidente, destacando que o Brasil já se comprometeu a reduzir suas emissões em até 67% até 2035, um esforço resultado de intenso debate interno.
Lula também deixou claro que a responsabilidade pelos recursos para combater o aquecimento global recai sobre os países ricos. “Eles têm que assumir suas obrigações para que o Sul Global possa avançar de forma justa e eficiente”, reforçou.
Outro ponto que ganhou atenção foi a conectividade entre o Brasil e o Caribe. Lula explicou que a falta de infraestrutura, como estradas e portos adequados, e uma política de “céus abertos” prejudicam a integração comercial e o turismo entre as regiões. “O Caribe importa mais dos Estados Unidos, da China e da Alemanha do que do Brasil, mesmo com portos próximos, como os de Santana, no Amapá, e Pecém, no Ceará”, ressaltou.
O presidente aproveitou para destacar o Programa Rota da Integração Sul-Americana, que visa melhorar a infraestrutura regional. Ele também anunciou um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para destinar US$ 3 bilhões a projetos em países sul-americanos.
Além do clima e da infraestrutura, a situação no Haiti também foi pauta do encontro. Lula enfatizou o apoio do Brasil para que a ONU assuma parte do financiamento da missão de segurança no país, convertendo-a em uma operação de paz, diante do quadro dramático enfrentado pela nação caribenha.
A reunião foi encerrada com um almoço no Palácio do Itamaraty, seguida por encontros bilaterais com líderes de países como Guiana, Haiti, República Dominicana e Barbados — reforçando o desejo do Brasil de fortalecer sua presença e parceria na região.
