Lula Veta Projeto que Equipararia Diabetes Tipo 1 a Deficiência

Lula Veta Projeto que Equipararia Diabetes Tipo 1 a Deficiência

Decisão gera críticas; governo justifica impacto financeiro e divergência com tratados internacionais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou integralmente o projeto de lei que previa a equiparação de direitos entre pessoas com diabetes tipo 1 e aqueles garantidos às pessoas com deficiência pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (13) e gerou controvérsias no cenário político e entre especialistas em saúde.

Razões do veto

O governo afirmou que o projeto contrariava a Constituição e a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Segundo a convenção, a definição de deficiência deve considerar a interação entre a pessoa e barreiras sociais, e não apenas condições médicas.

Além disso, a Presidência apontou que a proposta criaria despesas obrigatórias sem indicar fontes de financiamento, violando o artigo 167 da Constituição, que exige cálculo do impacto financeiro antes de implementar novos benefícios.

Diabetes tipo 1 no Brasil

Dados da Sociedade Brasileira de Diabetes mostram que entre 5% e 10% das pessoas com diabetes no Brasil têm o tipo 1. Essa condição exige tratamento contínuo, com insulina, medicamentos, dieta planejada e exercícios físicos para controlar os níveis de glicose.

Caso o projeto fosse aprovado, pessoas com diabetes tipo 1 seriam avaliadas por equipes multiprofissionais seguindo critérios biopsicossociais, assim como acontece com pessoas com deficiência.

Críticas ao veto

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator do projeto, condenou a decisão de Lula, chamando-a de “economia burra às custas de quem mais precisa”. Em suas redes sociais, ele prometeu mobilizar o Congresso para derrubar o veto.

Derrubada do veto no Congresso

Para que o veto presidencial seja revertido, é necessária a aprovação da maioria absoluta dos parlamentares: 257 deputados e 41 senadores, em sessão conjunta no Congresso Nacional.

A decisão gerou debate sobre como conciliar as demandas sociais com as limitações fiscais e os compromissos internacionais do Brasil.

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