Lupi na Mira: Ministro da Previdência vai à Câmara sob pressão por fraudes no INSS
Audiência que deveria tratar de planos do ministério acaba dominada por escândalo bilionário de descontos ilegais em benefícios de aposentados
Em meio ao turbilhão causado por denúncias de fraudes bilionárias envolvendo o INSS, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, comparece nesta terça-feira (29) à Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados. A audiência, que inicialmente estava prevista para discutir estratégias da pasta para 2025, acabou sendo pautada pelo escândalo de descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas.
A Polícia Federal investiga um esquema que teria desviado mais de R$ 6 bilhões com autorizações irregulares para cobranças em folhas de pagamento. A gravidade das denúncias já mobiliza parlamentares da oposição, que recolhem assinaturas para abrir uma CPI apelidada de “CPI do Roubo dos Aposentados”. Até esta segunda-feira (28), o movimento já havia reunido 150 apoios — são necessários ao menos 171 para que o pedido vá adiante.
Mesmo que o foco da audiência com Lupi seja, oficialmente, apresentar as diretrizes do ministério, os deputados prometem cobrar respostas sobre o envolvimento de servidores e a responsabilidade da pasta nos casos investigados. O ministro, por sua vez, declarou que está com a “consciência tranquila” e afirmou que as nomeações no INSS são de sua inteira responsabilidade.
Além de Lupi, outros ministros também têm compromissos no Congresso esta semana. Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, participa nesta terça de audiência na Comissão de Segurança. Entre os temas, estarão a recente fala em que afirmou que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, além da nova PEC da Segurança. Já na quarta-feira (30), Margareth Menezes, ministra da Cultura, será ouvida sobre o uso de recursos do Carnaval e a politização de programas culturais.
A presença dos ministros no Parlamento, inicialmente voltada a agendas técnicas, se transforma num campo de pressão política diante de escândalos, investigações e polêmicas que colocam os representantes do governo sob os holofotes — e o julgamento da opinião pública.
