Maduro e MST firmam parceria para desenvolver agricultura na Venezuela
Nicolás Maduro e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) firmaram uma aliança que mais parece um conto de ficção, uma parceria para transformar 10 mil hectares da Venezuela em um celeiro de cultivo. No entanto, essa colaboração está longe de ser um conto de fadas agrícola. Em vez de um campo de sonhos, é um terreno fértil para uma série de polêmicas e questões não resolvidas.
A ideia é cultivar milho, soja e feijão, com uma meta audaciosa de expandir a área para 100 mil hectares nos próximos anos. O MST está enviando uma equipe técnica para avaliar as condições no estado de Bolívar e elaborar um plano para implementar a agricultura familiar, ou “conuco”, como é conhecida na região. O objetivo declarado é promover uma produção sustentável, mas a parceria parece mais uma peça de teatro com um roteiro repleto de intrigas políticas.
O governo Lula tem se distanciado de Caracas, especialmente após a reeleição contestada de Maduro, que continua sendo uma figura controversa no cenário internacional. Jorge Arreaza, ex-vice-presidente da Venezuela, vê essa colaboração como um cumprimento de um sonho compartilhado por Hugo Chávez e o MST, uma conexão que contrasta profundamente com a postura atual do Brasil.
João Pedro Stédile, um dos líderes do MST, elogia Maduro, chamando a Venezuela de um símbolo da luta de classes na América Latina. Ele apresenta a disputa entre os interesses das empresas petrolíferas dos Estados Unidos e o desejo do povo venezuelano de controlar seus próprios recursos naturais como uma batalha épica, em que o MST parece se posicionar como um aliado de peso.
Mas será que essa aliança vai germinar em algo produtivo ou simplesmente se tornará mais um capítulo de um drama político que parece nunca ter fim? A agricultura sustentável pode ser o objetivo, mas o terreno está repleto de desafios muito maiores do que simplesmente cultivar milho e feijão.