Maioria dos provedores já bloqueou Rumble no Brasil, confirma Anatel

Maioria dos provedores já bloqueou Rumble no Brasil, confirma Anatel

Plataforma de vídeos foi suspensa por ordem do STF e acusa decisão de censura

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmou que a maioria dos provedores de internet no Brasil já implementou o bloqueio ao Rumble. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e começou a ser aplicada na sexta-feira (21).

A suspensão do Rumble permanecerá até que a plataforma quite as multas pendentes e nomeie uma representante legal no país. Além do Rumble, a rede social Truth Social, que utiliza a infraestrutura da plataforma, também foi afetada.

Motivo do bloqueio

A decisão do STF ocorreu um dia depois de o tribunal exigir que o Rumble nomeasse uma representante jurídica no Brasil, dando um prazo de 48 horas para cumprimento da ordem. Como a plataforma não atendeu à exigência dentro do prazo, Moraes determinou sua suspensão imediata.

“Determino a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento da ‘Rumble INC.’ em território nacional, até que todas as ordens judiciais proferidas nos presentes autos — inclusive com o pagamento das multas — sejam cumpridas e seja indicada, em juízo, a representante jurídica no Brasil”, declarou o ministro em sua decisão.

Esse caso lembra o bloqueio da plataforma X (antigo Twitter) ocorrido em agosto de 2024, também por falta de representante legal no Brasil e pelo não pagamento de multas.

Reação do Rumble

A decisão não foi bem recebida pela plataforma. Chris Pavlovski, fundador do Rumble, usou sua conta no X para criticar a medida e questionar a autoridade do STF sobre uma empresa sediada nos Estados Unidos.

“Você não tem autoridade sobre o Rumble aqui nos EUA, a menos que passe pelo governo dos Estados Unidos”, afirmou Pavlovski.

Em nota oficial, a empresa reforçou sua posição contra a decisão:

“A ideia de que um juiz estrangeiro pode ditar quais conteúdos uma plataforma americana deve remover e quem pode receber pagamentos dentro dos EUA representa um ataque direto à soberania digital dos Estados Unidos.”

O Rumble também classificou a decisão como um “abuso de autoridade judicial” e afirmou que o bloqueio já está sendo sentido por usuários no Brasil.

Ação nos EUA contra Alexandre de Moraes

O Rumble, que tem parceria com a Trump Media & Technology Group, empresa de Donald Trump, entrou com um processo contra Alexandre de Moraes na Flórida. A ação alega que o ministro do STF violou a Primeira Emenda da Constituição dos EUA ao ordenar a remoção de contas de figuras públicas brasileiras da plataforma.

A situação ainda deve ter novos desdobramentos, e o Rumble segue buscando alternativas para reativar sua operação no Brasil.

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