Mais de 100 pessoas devem entrar com novas acusações de crimes sexuais contra o rapper Diddy

Mais de 100 pessoas devem entrar com novas acusações de crimes sexuais contra o rapper Diddy

O rapper americano Sean Combs, conhecido como Diddy, está enfrentando novas e graves acusações de abuso sexual, tráfico sexual e extorsão. Desde sua prisão no mês passado, as festas promovidas por ele, que sempre contavam com a presença de celebridades, voltaram a ganhar destaque na mídia.

Sean ‘Diddy’ Combs foi preso em 16 de setembro de 2024, sob suspeita de envolvimento em um esquema de tráfico sexual e agressões. Ele nega todas as acusações e ainda não foi julgado. No entanto, desde que a notícia de sua prisão se espalhou, surgiram imagens e relatos das festas luxuosas que ele promovia em sua mansão no Hamptons, onde as maiores estrelas do cinema e da música eram presença frequente.

As chamadas “White Parties”, festas onde todos os convidados se vestiam de branco, foram cenário de muitos eventos protagonizados por celebridades como Jay-Z, Will Smith, Leonardo DiCaprio e até Justin Bieber, que chegou a frequentar essas festas ainda menor de idade. Em uma dessas celebrações, Diddy aparece pedindo para que as crianças deixassem o local, afirmando que “a verdadeira festa” estava prestes a começar, como revelado por um vídeo publicado pelo DailyMail.

Testemunhas afirmam que as festas eram separadas em níveis de acesso. Nas áreas mais restritas, ocorriam abusos sexuais e os convidados eram coagidos a participar de atos degradantes em troca de promessas de sucesso ou contratos musicais. Drogas, como ecstasy e cocaína, eram usadas livremente, inclusive sendo consumidas nos corpos de convidados.

Entre as denúncias, Adria English, uma ex-atriz de filmes adultos, revelou que foi contratada para dançar nas festas de Diddy, mas acabou sendo forçada a ter relações sexuais. Ela afirma que foi coagida a usar um vestido que indicava seu papel como trabalhadora sexual, além de ser incentivada a consumir bebidas adulteradas com drogas. Adria conta que muitas vezes não se lembrava de como voltava para casa, mas sempre carregava dinheiro, o que indicava que havia sido explorada sexualmente.

O rapper foi preso no Park Hyatt Hotel, em Nova York, e, se condenado, pode pegar prisão perpétua. Segundo a denúncia, Diddy abusou de mulheres e usou seu poder e influência no meio musical para garantir que seus desejos fossem atendidos. Ele também teria gravado os abusos e usado a violência contra aqueles que resistiam, incluindo arrastá-los pelos cabelos.

Tony Buzbee, advogado que representa as vítimas, revelou que o número de pessoas que denunciaram abusos chega a 120, com alguns dos denunciantes sendo menores de idade na época dos abusos. Essas agressões teriam ocorrido desde 1991, com os casos mais recentes acontecendo até este ano.

As festas organizadas por Diddy, especialmente as de lançamento de álbuns e eventos de grande destaque, eram o cenário para muitos dos crimes. Jovens em busca de oportunidades no mundo da música eram atraídos com promessas de sucesso, mas acabavam vítimas de abusos. Um desses jovens, com apenas nove anos na época, relatou ter sido abusado sexualmente por Diddy e seus associados enquanto tentava garantir um contrato musical.

Os advogados que representam as vítimas afirmam que o silêncio em torno dos abusos finalmente foi quebrado. Mais de 3 mil pessoas entraram em contato com o escritório de advocacia, relatando abusos, e outras 100 acusações estão sendo avaliadas. As novas acusações contra Diddy têm potencial para desencadear um movimento similar ao #MeToo no mundo da música.

Por enquanto, Diddy segue sob custódia federal após ter seu pedido de fiança negado. Seus advogados continuam negando as acusações e afirmam que ele está ansioso para provar sua inocência em tribunal, onde, segundo eles, a verdade virá à tona.

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