Mais um erro: jornal revela que ex-diretor da Abin não pilotou drone, como acusou a PF

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Magno Rodrigues Alves, não pilotou um drone nas proximidades da residência oficial do governo do Ceará, conforme indicado inicialmente pela Polícia Federal (PF). Essa informação equivocada foi utilizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como base para autorizar uma operação contra o deputado Alexandre Ramagem e outros investigados no contexto da suposta “Abin paralela”.

Segundo a Folha de S.Paulo, que teve acesso a documentos da investigação, a PF alegou que Paulo Magno teria pilotado o drone perto do Palácio da Abolição, mas na verdade, era um oficial de inteligência deslocado de Brasília e uma servidora da Abin local quem operavam o equipamento. A defesa de Magno contestou essa informação, afirmando que ele não estava no Ceará na data do suposto incidente, além de não possuir habilidades para pilotar drones.

Essa informação incorreta da PF foi utilizada por Alexandre de Moraes para justificar operações de busca e apreensão em janeiro, incluindo uma contra o deputado federal Alexandre Ramagem. Além disso, a defesa de Paulo Magno também questiona a afirmação da PF de que ele seria o “gestor do FirstMile”, programa espião supostamente utilizado pelo governo Bolsonaro para espionar adversários políticos.

Essa revelação se soma a outros erros apontados na investigação, como a tentativa de vincular Moraes e Gilmar Mendes à facção criminosa PCC, que, segundo a Folha, se baseou em interpretações especulativas de um documento produzido no gabinete de um deputado federal. Além disso, a PF solicitou busca e apreensão no gabinete de um deputado sem indícios de sua participação no caso, argumentando que seria para beneficiar o próprio parlamentar ao comprovar sua inocência, o que foi negado por Moraes.

Fonte: Revista Oeste