Mais uma empreiteira, Camargo Corrêa, quer que Toffoli suspenda multa
A construtora Camargo Corrêa, que fechou acordos de leniência após ser afetada pela Operação Lava Jato, solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli a suspensão do pagamento de multas bilionárias. Essa ação segue os passos de empresas como J&F e Odebrecht, que obtiveram o mesmo benefício.
A empreiteira requereu a extensão da decisão de Toffoli que suspendeu as multas da J&F, no valor de R$ 10,3 bilhões, e da Odebrecht, no valor de R$ 3,8 bilhões, nos acordos de leniência que elas fecharam com o Ministério Público Federal (MPF).
A Camargo Corrêa, que assinou acordos de leniência em 2015 e 2019 com o MPF do Paraná e a Controladoria-Geral da União (CGU), enfrenta multas que totalizam R$ 1,4 bilhão, dos quais resta pagar R$ 1,2 bilhão, a serem quitados em 9 parcelas anuais até 2038.
A empresa argumenta que seus acordos com o MPF e a CGU estão “umbilicalmente relacionados” e busca a suspensão dos pagamentos até ter acesso às mensagens hackeadas de procuradores da Lava Jato. Assim como J&F e Odebrecht, a Camargo Corrêa alega ter sido impactada pela atuação inconstitucional dos procuradores, citando práticas abusivas e irregularidades na coleta de provas.
A empreiteira pretende revisar, anular ou repactuar os acordos após ter acesso completo às mensagens da Vaza Jato, alegando que esses acordos compartilham o mesmo contexto da Operação Lava Jato e suas controvérsias.