Malafaia crítica STF em ato pró-anistia: “Julgar, sim. Legislar, não”
Pastor critica atuação da Corte e cobra que Congresso vote projeto que perdoa envolvidos nos atos de 8 de janeiro
Durante manifestação realizada em Brasília nesta quarta-feira (7/5), o pastor Silas Malafaia voltou a mirar o Supremo Tribunal Federal, questionando a atuação da Corte nas investigações sobre os ataques de 8 de janeiro. Em tom desafiador, Malafaia afirmou que cabe ao STF julgar, mas não interferir em assuntos que, segundo ele, são de responsabilidade exclusiva do Congresso Nacional — como a proposta de anistia aos envolvidos na depredação dos prédios dos Três Poderes.
“Não é papel do STF se meter em pautas legislativas. O julgamento cabe à Justiça, mas a anistia é uma decisão política, que deve ser tomada pelo Parlamento”, declarou Malafaia em entrevista. Ele foi o principal organizador do ato, que reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma caminhada que partiu da Funarte até a Esplanada dos Ministérios.
O pastor ainda aproveitou o momento para elogiar o ministro Luiz Fux e criticar Alexandre de Moraes, relator dos processos que investigam Bolsonaro e aliados. Segundo Malafaia, Fux teria “desmascarado” Moraes ao declarar, em outro julgamento, que não há provas de tentativa real de golpe. “Fux mostra que essa história de golpe é uma farsa”, afirmou, inflamando o público.
A manifestação durou cerca de duas horas e teve como principal reivindicação a votação do Projeto de Lei da Anistia. A proposta quer perdoar manifestantes que participaram dos atos de 8 de janeiro. A oposição afirma já ter mais de 200 assinaturas e pressiona os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para colocar o tema em pauta.
Malafaia encerrou sua fala conclamando os parlamentares a assumirem o protagonismo da decisão. “O povo veio para as ruas pedir anistia. Isso é com o Legislativo. O STF que cumpra sua função: julgar, não legislar”, disparou.
