Manifestação na Paulista expõe críticas ao STF e pede anistia para acusados do 8 de Janeiro
Apoiadores de Bolsonaro voltam às ruas em defesa dos envolvidos nos atos antidemocráticos; faixas ironizam Alexandre de Moraes e projeto de anistia vira bandeira central
Neste domingo (6), a avenida Paulista foi novamente palco de um ato de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em meio a discursos inflamados e bandeiras erguidas, os manifestantes direcionaram suas críticas principalmente ao Supremo Tribunal Federal (STF), com foco especial no ministro Alexandre de Moraes.
Entre faixas e cartazes, muitos protestos ironizavam a decisão de Moraes de defender uma pena de 14 anos de prisão para Débora Rodrigues Santos — a manifestante que ficou conhecida por pichar, com batom, a estátua da Justiça em frente ao STF durante os ataques de 8 de janeiro de 2023. Apesar da condenação, Débora teve a prisão convertida para domiciliar, o que não impediu o tom de indignação dos presentes.
Bolsonaro chegou à Paulista após se reunir e posar para fotos com governadores aliados de sete estados: Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC), Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO), Wilson Lima (AM), Ratinho Júnior (PR) e Mauro Mendes (MT). O encontro reforçou o alinhamento político entre o ex-presidente e essas lideranças regionais.
Este ato em São Paulo dá sequência à mobilização que ocorreu há três semanas em Copacabana, no Rio de Janeiro. O objetivo central de ambas as manifestações é pressionar o Congresso Nacional a aprovar um projeto de lei que conceda anistia aos condenados e investigados pelos atos antidemocráticos de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília.
Com uma narrativa que mistura crítica ao Judiciário e apelo por clemência, os manifestantes buscam transformar o projeto de anistia em bandeira política, tentando reverter as condenações impostas pelo STF.
