Manifestantes inflam boneco gigante de Rodrigo Pacheco na manhã deste domingo (29)

Manifestantes inflam boneco gigante de Rodrigo Pacheco na manhã deste domingo (29)

Na manhã de domingo, 29 de setembro de 2024, manifestantes tomaram a Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, com um objetivo bem claro: pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a dar andamento ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O protesto, que começou por volta das 10h, reuniu centenas de pessoas vestidas de verde e amarelo, exibindo faixas que exigiam o respeito à democracia e o afastamento de Moraes, além de críticas diretas ao partido de Pacheco, o PSD, por sua postura neutra diante do caso.

Em meio à multidão, um enorme boneco inflável representando Pacheco foi destaque. Com a frase “Se não pautar, vamos cassar! Fora Moraes”, o pixuleco era um símbolo claro da insatisfação com o senador, especialmente entre seus próprios eleitores mineiros, que esperavam uma postura mais firme em defesa da liberdade e da democracia.

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), que chegou cedo ao protesto, fez um discurso contundente, enfatizando que, no cenário atual, nada seria mais importante para o país do que remover Alexandre de Moraes de seu cargo no STF. Sua fala mirava especialmente os ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, cobrando deles uma reação à altura dos “abusos” do Supremo.

Entre os manifestantes, a psicóloga Sandra Nogueira expressou sua frustração com a atuação de Pacheco, a quem ela apoiou nas urnas. “Votei nele acreditando que fosse fazer a diferença, mas me sinto traída. Ele tem se mostrado omisso em momentos cruciais para o país”, desabafou. Outro participante, o geógrafo Giovanni Myrrha, reforçou a necessidade de respeito à ordem democrática e à soberania popular, afirmando que é o povo quem coloca os representantes no poder, e que a democracia deve ser um valor sempre presente e garantido.

Os discursos também evocaram figuras históricas como Tiradentes e o movimento da Inconfidência Mineira, sugerindo um paralelo entre a luta pela liberdade naquela época e o cenário político atual. O senador Magno Malta (PL-ES), em seu pronunciamento, não poupou críticas, comparando Pacheco ao traidor Silvério dos Reis, insinuando que o presidente do Senado estaria jogando fora a chance de ser lembrado como alguém que defendeu a liberdade. Cleitinho (Republicanos-MG), outro senador presente, destacou que os manifestantes eram, em sua maioria, eleitores de Pacheco, e que esperavam dele uma postura corajosa.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) reforçou que o movimento “Fora Moraes” pretende se expandir por todas as capitais brasileiras, e que os mineiros se sentem traídos pelo presidente do Senado. Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou que o ato em Belo Horizonte é simbólico para pressionar o Senado a agir, faltando, segundo ele, apenas cinco votos para alcançar o número mínimo necessário para abrir o processo de impeachment.

Durante o evento, o jornalista Allan dos Santos, que atualmente vive nos Estados Unidos, enviou uma mensagem aos manifestantes, exaltando sua coragem e pedindo que o “exército do povo” continue a lutar. Ele manifestou o desejo de voltar ao Brasil, onde, segundo ele, pessoas como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira — preso após fazer críticas contundentes ao STF — deveriam caminhar livres, enquanto aqueles que considera “criminosos” deveriam estar atrás das grades.

Nikolas Ferreira, deputado mineiro, também subiu ao palanque, criticando a falta de proporcionalidade nas penas aplicadas aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023 e pedindo por uma “pacificação” que, em sua opinião, não acontecerá devido à severidade com que a direita é tratada.

Em meio a discursos inflamados, os organizadores também pediram anistia para os presos políticos envolvidos nos atos de janeiro de 2023, encerrando a manifestação por volta das 13h, mas deixando claro que essa luta, na visão deles, está longe de terminar.

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