Manobra de última hora: Ministros correm para garantir reajuste de servidores da CGU ainda em 2024
Enquanto o tempo passa e a pressão só aumenta, os bastidores do governo fervem com a tentativa de fechar o reajuste salarial dos servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) antes que o ano acabe. Não é só uma corrida contra o tempo, é uma batalha por reconhecimento. Desde agosto, os trabalhadores estão em greve, insatisfeitos com a falta de avanço nas negociações, e a tensão se arrasta sem solução à vista.
O plano original de discutir os níveis da carreira foi deixado de lado, empurrado para um grupo de trabalho futuro. Agora, a prioridade é o reajuste salarial. O Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon Sindical) já deixou claro que a greve continua, com paralisações às terças e quintas-feiras por tempo indeterminado. O impasse não parece estar perto do fim.
Fontes revelam que uma reunião entre a ministra da Gestão, Esther Dweck, e o ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, já colocou o assunto na mesa. Até Fernando Haddad, ministro da Fazenda, entrou na jogada, mostrando que a situação está longe de ser simples. A carreira de finanças e controle, que luta por direitos e dignidade, exige o cumprimento do acordo de 2015, manutenção dos 13 níveis de progressão e correção das assimetrias salariais em comparação com outras carreiras. Mas, com a nova postura dos ministérios, só o reajuste está na pauta.
O agravante? A CGU e o Tesouro Nacional são os únicos órgãos que ainda não assinaram o acordo com o governo antes do envio do orçamento de 2025. Se um consenso for alcançado, a proposta de reajuste pode ser incorporada ao Projeto de Lei Orçamentária Anual, mas até lá, os servidores seguem sem a valorização que merecem.
E enquanto os ministros articulam, a maioria dos servidores federais viu um reajuste zero em 2024. O governo Lula tentou amenizar a situação aumentando o auxílio-alimentação, saúde e creche, mas a sensação de abandono entre os servidores ainda pesa.